O transporte marítimo entre as ilhas da Grécia estava completamente interrompido nesta segunda-feira devido a uma greve de 48 horas dos marinheiros contra um novo plano de austeridade do governo. A greve dos marinheiros, amplamente acatada, abre uma semana de protestos na Grécia que inclui uma greve geral na quarta e quinta-feira.
Nenhum barco saiu ou chegou ao porto de El Pireo, perto de Atenas, desde as 06H00 local (01H00 de Brasília), indicou o ministério da Marinha Mercante. A Federação Nacional de Marinheiros (PNO) destacou o "sucesso total" da greve contra "a bárbara ofensiva que tem como objetivo as conquistas sociais" em um comunicado divulgado nesta segunda-feira.
As mobilizações setoriais convergem em uma greve geral de 48 horas com manifestações convocadas pelas duas grandes centrais sindicais da Grécia, Adedy e GSEE. Os sindicatos protestam contra um novo pacote de medidas de rigor, o segundo desde junho passado, que endurece o plano de austeridade que o grupo FMI-UE-BCE impôs à Grécia em maio de 2010 em troca de uma ajuda financeira.
O projeto de lei, que suprime vantagens salariais e envia ao seguro-desemprego 30 mil funcionários do setor público, aumenta a pressão fiscal e congela as convenções coletivas, deve ser discutido e submetido à votação na quinta-feira.
Por sua vez, os garis de Atenas, em greve desde 2 de outubro, esperam que a justiça se pronuncie sobre a legalidade do movimento, depois do prefeito da capital apresentar uma ação pedindo que se proíba o movimento por ser "ilegal e abusivo".
As autoridades deixaram a responsabilidade pela coleta de lixo a sociedades privadas que trabalham protegidas pela polícia.