O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), Paulo Picchetti, disse hoje que a desaceleração observada na alta do indicador de inflação da Fundação Getúlio Vargas (FGV) entre a primeira e a segunda quadrissemanas de outubro ainda não é motivo para uma grande comemoração, mas é uma boa notícia, dado o cenário que estava sendo mostrado recentemente pelos índices. "Não é motivo para uma euforia ou para já mudar as previsões, mas, no curto prazo, foi um sinal bom, ao contrário do que estávamos tendo", comentou, em entrevista à Agência Estado.
Nesta segunda-feira, a FGV informou que o IPC-S registrou taxa de inflação de 0,39% na segunda quadrissemana do mês, o que representou um número inferior ao de 0,50% observado tanto na primeira leitura de outubro como no encerramento do mês de setembro. De acordo com Picchetti, o grande destaque para o movimento de desaceleração veio do grupo Alimentação, que apresentou alta de 0,17%, bem menor que a de 0,47% da primeira quadrissemana de outubro.
De acordo com o coordenador, do total de 0,11 ponto porcentual de desaceleração da taxa geral do IPC-S, um total de 0,08 ponto porcentual foi representado por três segmentos da Alimentação: Frutas,
Picchetti destacou que, além de a Alimentação ter "desacelerado muito" e boa parte dos grupos tradicionais do IPC-S, como Vestuário (de 0,95% para 0,82%) e Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,57% para 0,44%), também subir menos, os conjuntos de preços não tradicionais do indicador de inflação também mostraram altas menores. Foi o caso, por exemplo, da parte de Serviços, cuja variação positiva passou de 0,88% para 0,84%; e de Industrializados, que havia avançado 0,33% e passou a subir 0 30%. "Não mudou ainda radicalmente a história do fato de o restante do índice estar num patamar elevado, mas pelo menos mudou neste curto prazo a tendência", observou.
Para o coordenador do IPC-S, ainda é cedo para uma alteração na estimativa inicial da FGV, de que o indicador de inflação fechado de outubro ficará em torno de 0,50%. Ele reconheceu, no entanto, que o cenário atual é mais animador do que o anterior. "Quando a coisa está muito carregada pela dinâmica da Alimentação, não dá para mudar a projeção logo na segunda quadrissemana só por causa de um resultado melhor. Mas vamos dizer que a previsão ficou em 0,50%, com viés de baixa", afirmou.