Os bancos brasileiros vão conseguir se adaptar às novas regras de capital, chamadas de Basileia 3, mantendo os atuais níveis de retenção de lucros, disse o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal. Em sua avaliação, o cronograma adotado, com ajustes graduais até 2019, e a alta capitalização dos bancos locais vão permitir que as instituições financeiras do Brasil se enquadrem às regras sem maiores sobressaltos. "O Basileia 3 vai melhorar a qualidade do capital dos bancos", disse ele.
A Febraban e o Banco Central têm feito reuniões periódicas para discutir o modelo de gestão de riscos dos bancos. Portugal destaca que, mais recentemente, os bancos brasileiros passaram a organizar unidades específicas de gerenciamento de riscos de mercado, de liquidez e riscos operacionais. "Esses sistemas são sofisticados e não se limitam somente a atender aos requisitos do órgão regulador. Possuem bancos de dados e séries históricas que permitem aos bancos lidar com fatores como inadimplência", disse Portugal durante discurso no 1º Fórum Internacional de Gestão de Risco, promovido pela Febraban.
O presidente da Febraban destaca o novo arcabouço regulatório do BC vai permitir uma maior convergência da regulação prudencial com outros países, o que vai limitar o espaço para arbitragem regulatória em um momento que os bancos brasileiros têm aumentado sua presença em outros países.