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Estado de Minas

Lula não vê solução para a crise econômica fora da política


postado em 19/10/2011 15:04 / atualizado em 19/10/2011 15:04

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfatizou nesta quarta-feira, em Madri, que a solução da crise econômica passa obrigatoriamente pela política e recordou que o G20, em seus encontros de 2008 e 2009, já havia proposto medidas contra a crise que não foram executadas.

Participando na conferência Global Progress que reuniu os líderes socialistas de vários países europeus, Lula mostrou-se convicto de que, sem discussão política sobre a crise, não haverá solução para ela. "Temos uma geração de políticos que surgiu acreditando que o mercado pode resolver todos os problemas", afirmou, entre aplausos, o ex-presidente brasileiro, recordando que recentemente o mercado fracassou com a falência do Lehman Brothers.

"Os políticos precisam atuar e acho que as decisões que tomamos não foram cumpridas", afirmou. Lula declarou ainda que o Fundo Monetário Internacional (FMI) "não foi criado par resolver os problemas dos países ricos" e sim de nações como o Brasil.


"Eu tinha vergonha de que um país do tamanho do Brasil não soubesse o que fazer e precisasse do FMI". "Mas agora o FMI desapareceu e não sabe resolver o problema da crise americana, não sabe resolver o problema da crise europeia", destacou Lula, que aposta na criação de uma instituição multilateral que atue de forma efetiva.

E nas cúpulas do G20 de Washington (2008) e Londres (2009), recordou Lula, os países mais ricos e os emergentes concluíram: "Não podemos descansar até que a economia global esteja totalmente recuperada".

"Tenho a impressão de que, evitada a catástrofe, a comunidade internacional se acomodou", assinalou ainda, alertando sobre a atual situação: "Quanto custava resolver o problema da Grécia há alguns anos e quanto custa agora?"

Apelando para a responsabilidade global, de todos os países, incentivou uma política de tomar as rédeas para resolver a crise. "Vamos apontar os caminhos para que os países voltem à normalidade", destacou. "Crescimento econômico, mais comércio e menos protecionismo", concluiu.


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