No segundo dia da greve geral, sob protestos de 50 mil pessoas em Atenas, parlamentares gregos aprovaram nessa quinta-feira a lei que reduz salários e eleva impostos, mas que promete evitar a quebra do país. São medidas cruciais para o desbloqueio de um resgate de 8 bilhões de euros, correspondentes à sexta e última parcela do crédito de 110 bilhões de euros concedido em maio de 2010 pela União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI).
O futuro da Grécia e da Zona do Euro será definido no domingo, em Bruxelas (Bélgica). Os líderes do bloco se reunirão com o compromisso de dar resposta definitiva ao problema das dívidas soberanas. O primeiro-ministro da Grécia, George Papandreou, disse que existem dúvidas sobre se qualquer iniciativa será tomada nesse encontro. “Nós consideramos que essas decisões são necessárias e essenciais. Nós já alertamos contra novos atrasos", afirmou Papandreou em comunicado.
O presidente da França, Nicolas Sarkozy, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, disseram nessa quinta-feira que desenvolvem plano abrangente para a crise na Zona do Euro. A proposta deve ser aprovada em uma segunda reunião da cúpula da UE já em vista, marcada para quarta-feira. Em comunicado conjunto, Sarkozy e Merkel afirmam que o plano, que inclui medidas para reforçar os bancos europeus e um fundo de resgate mais poderoso, será revisado pelos líderes europeus.
Pregões em baixa, câmbio em alta
Com dúvidas sobre a cúpula da UE, os principais índices das bolsas de valores da Europa fecharam no menor patamar das últimas duas semanas: Londres (-1,21%, a 5.384 pontos), Frankfurt (-2,49%, a 5.766), Paris (-2,32%, a 3.084), Milão (-3,78%, a 15.667), Madri (-2,73%, a 8.608) e Lisboa (-1,16%, a 5.912). O movimento de baixa se repetiu nas bolsas da Ásia. Nos Estados Unidos, o Dow Jones fechou em alta de 0,32%, aos 11.541 pontos, e a Nasdaq caiu 0,21%, aos 2.598 pontos. O mercado de petróleo avançou em Londres e recuou nos EUA, também influenciado pela morte do ex-ditador líbio, Muamar Kadafi.
O anúncio dos presidentes da França e da Alemanha fez a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) diminuir as perdas. O Ibovespa fechou em queda de 1,74%, aos 54.009 pontos. No mês, acumula ganho de 3,22% e, no ano, perda de 22,07%. O giro financeiro totalizou R$ 5,344 bilhões. A Petrobras caiu mais que Vale. As ações ON da petrolífera recuaram 2,34% e as PN, 2,13%. Vale ON terminou com queda de 1,25% e PNA, de 1,27%. O dólar à vista terminou em alta de 1,07%, a R$ 1,79. É o maior valor desde 5 de outubro, quando encerrou em R$ 1,83. (Com agências)