O movimento de queda dos juros básicos da economia, a taxa Selic deve contribuir para o crescimento do mercado de títulos privados. Isso porque, com os cortes dos juros básicos que vêm sendo feitos pelo Banco Central, o último nesta semana, os títulos públicos, que têm sua rentabilidade atrelada à Selic, passarão a oferecer um ganho menor ao investidor. A aposta é do gerente da área de renda fixa da BM&FBovespa, Danillo Pitarello. "Os investidores vão aceitar assumir um risco maior para ter uma melhor rentabilidade, gerando demanda por títulos de renda fixa e letras financeiras", diz Pitarello.
Porém, alguns desafios ainda barram o mercado de letras financeiras. Um deles, segundo o diretor da BM&FBovespa, é o investimento mínimo, hoje de R$ 300 mil, que impede o acesso dos investidores de varejo. "Há também um problema de saída desses papéis", disse. Isso porque os investidores compram o papel, mas a falta de um mercado secundário ativo dificulta sua negociação.
A proibição para letras financeiras subordinadas também é um entrave para que esse mercado deslanche. Hoje, os títulos mais procurados são as letras financeiras privadas de esforço restrito. Além de ter um custo menor do que a emissão pública, não há a necessidade de registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), justifica Pitarello. O executivo participou do 2º Seminário Letras Financeiras, que acontece hoje, em São Paulo, organizado pela Inova Seminários.