Proteção de direitos autorais digitais sempre foi batalha de Steve Jobs, o cofundador da Apple cuja biografia autorizada escrita pelo jornalista Walter Isaacson, chegou nesta segunda-feira, às lojas, por R$ 49,90, em média - e, ironicamente, também às plataformas de download ilegal, de graça, na internet. As ditas "revoluções" que o empreendedor operou em seis grandes indústrias - computação pessoal, filmes de animação, música, telefonia, computação em tablets e publicações digitais - eram todas em favor do próprio bolso. A marca da maçã saiu do buraco a partir de soluções como o DRM (Gestão de direitos digitais, na sigla em inglês), que permitia fazer dinheiro atrelando músicas a iPods, mesmo em era de franca decadência da indústria fonográfica. É o mesmo DRM que, ontem, foi quebrado para permitir que a versão eletrônica do aguardado livro fosse pirateada web afora.
A cópia que circulou continha curiosa nota anexada: "Após sua leitura, considere seriamente a possibilidade de adquirir o original, pois assim você estará incentivando o autor e a publicação de novas obras". Quem, aliás, torce o nariz para o executivo que perdeu a guerra contra um câncer de pâncreas aos 56 anos em 5 de outubro, o faz justamente porque os produtos idealizados sob sua gestão são considerados "fechados" demais. Especialmente para aqueles que defendem liberdade em gadgets, aplicações e redes. Não é possível, por exemplo, transferir uma música de um iPod para outro – para evitar a pirataria dos arquivos. Aspectos como esse, que contrastam com o que poderia ser a perspectiva de um ex-hippie, são das peculiaridades que marcam a obra de Isaacson.
As grandes livrarias de Belo Horizonte atrasaram-se para posicionar nas prateleiras o que dever ser o próximo best-seller do ano, provável queridinho do amigo-oculto de Natal. "A cada 10 pessoas que entram na loja, pelo menos uma pergunta por esse livro. É o lançamento mais esperado do ano. Até agora não teve, na livraria, nada tão bombástico assim", conta o gerente da Saraiva do Diamond, Varley Inácio Prata. O gerente explica que o atraso se deveu à distribuição - o livro só chegou no estoque na tarde de ontem. Na pré-venda, Steve jobs - a biografia também fez sucesso.
Na Leitura Megastore do BH Shopping, o livro só chegou às 20h. As outras publicações já escritas a partir da vida e obra de Jobs não são suficientes, segundo o gerente da livraria, Alexandre Alves da Silva: "Parece que o pessoal quer mais informação porque não sei se as outras são tão completas quanto esta nova". A rede encomendou 3 mil exemplares da obra, na primeira leva. "Nesta loja, devemos receber 100. Habitualmente, em lançamentos comuns encomendamos 50 exemplares."
E-commerce Sites de comércio eletrônico, como o Submarino, faziam promoção, vendendo o livro físico a R$ 37,90. Na Cultura, o exemplar era oferecido por R$ 39,92. Enquanto isso, a versão eletrônica, específica para o iBooks, programa para iPhone e iPad, não estava disponível no Brasil. Para baixar, somente com conta americana no iTunes. Nesse caso, custa US$ 16,20. Já a versão para Kindle, o leitor rival, da Amazon, sai por US$ 17.
Difícil saber quem ganha o duelo de presunções entre o finado Steve Jobs, executivo conhecidamente intolerante, e seu biógrafo Walter Isaacson. Se foi genial, Jobs também era genioso, demitia funcionários nos corredores e era venenoso com concorrentes. O autor da biografia, ex diretor da CNN e da revista Time, confessa nas primeiras linhas ter considerado petulância que Jobs quisesse ser biografado por ele, que antes escrevera sobre as vidas de Einstein e Franklin.
Essa picardia tácita é a tábua de salvação da obra - que, mesmo autorizada, sustenta escapar da "chapa branca" e não ter vetos do biografado. O livro foi escrito a partir de mais de 40 entrevistas com Jobs e também com familiares, amigos, adversários e concorrentes do executivo. Se virou mito depois de morto, há 20 dias, a obra promete humanizar o empreendedor que fez de tudo para tirar mais dinheiro dos seus consumidores - e consegue ainda ser idolatrado por isso.
A cópia que circulou continha curiosa nota anexada: "Após sua leitura, considere seriamente a possibilidade de adquirir o original, pois assim você estará incentivando o autor e a publicação de novas obras". Quem, aliás, torce o nariz para o executivo que perdeu a guerra contra um câncer de pâncreas aos 56 anos em 5 de outubro, o faz justamente porque os produtos idealizados sob sua gestão são considerados "fechados" demais. Especialmente para aqueles que defendem liberdade em gadgets, aplicações e redes. Não é possível, por exemplo, transferir uma música de um iPod para outro – para evitar a pirataria dos arquivos. Aspectos como esse, que contrastam com o que poderia ser a perspectiva de um ex-hippie, são das peculiaridades que marcam a obra de Isaacson.
As grandes livrarias de Belo Horizonte atrasaram-se para posicionar nas prateleiras o que dever ser o próximo best-seller do ano, provável queridinho do amigo-oculto de Natal. "A cada 10 pessoas que entram na loja, pelo menos uma pergunta por esse livro. É o lançamento mais esperado do ano. Até agora não teve, na livraria, nada tão bombástico assim", conta o gerente da Saraiva do Diamond, Varley Inácio Prata. O gerente explica que o atraso se deveu à distribuição - o livro só chegou no estoque na tarde de ontem. Na pré-venda, Steve jobs - a biografia também fez sucesso.
Na Leitura Megastore do BH Shopping, o livro só chegou às 20h. As outras publicações já escritas a partir da vida e obra de Jobs não são suficientes, segundo o gerente da livraria, Alexandre Alves da Silva: "Parece que o pessoal quer mais informação porque não sei se as outras são tão completas quanto esta nova". A rede encomendou 3 mil exemplares da obra, na primeira leva. "Nesta loja, devemos receber 100. Habitualmente, em lançamentos comuns encomendamos 50 exemplares."
E-commerce Sites de comércio eletrônico, como o Submarino, faziam promoção, vendendo o livro físico a R$ 37,90. Na Cultura, o exemplar era oferecido por R$ 39,92. Enquanto isso, a versão eletrônica, específica para o iBooks, programa para iPhone e iPad, não estava disponível no Brasil. Para baixar, somente com conta americana no iTunes. Nesse caso, custa US$ 16,20. Já a versão para Kindle, o leitor rival, da Amazon, sai por US$ 17.
Difícil saber quem ganha o duelo de presunções entre o finado Steve Jobs, executivo conhecidamente intolerante, e seu biógrafo Walter Isaacson. Se foi genial, Jobs também era genioso, demitia funcionários nos corredores e era venenoso com concorrentes. O autor da biografia, ex diretor da CNN e da revista Time, confessa nas primeiras linhas ter considerado petulância que Jobs quisesse ser biografado por ele, que antes escrevera sobre as vidas de Einstein e Franklin.
Essa picardia tácita é a tábua de salvação da obra - que, mesmo autorizada, sustenta escapar da "chapa branca" e não ter vetos do biografado. O livro foi escrito a partir de mais de 40 entrevistas com Jobs e também com familiares, amigos, adversários e concorrentes do executivo. Se virou mito depois de morto, há 20 dias, a obra promete humanizar o empreendedor que fez de tudo para tirar mais dinheiro dos seus consumidores - e consegue ainda ser idolatrado por isso.