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Estado de Minas

Bovespa abre em baixa, de olho no exterior


postado em 28/10/2011 11:25

Depois da euforia da véspera, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu em baixa, devolvendo parte dos ganhos acumulados nesta semana, em que subiu em três das quatro sessões. Mas a "entrega" da alta de mais de 7% no período não deve ser exagerada, abrindo espaço para novos investidores entrarem na festa e sem alterar a recente trajetória ascendente. Tudo, porém, vai depender do comportamento ao longo do dia dos mercados internacionais, que iniciaram a manhã mais realistas sobre a situação na Europa e na expectativa pelos indicadores econômicos dos Estados Unidos. Por volta das 11h15 (horário de Brasília), o índice Bovespa (Ibovespa) caía 0,71%, aos 58.848 pontos.

O analista técnico da XP Investimentos, Gilberto Coelho, lembra que, normalmente, a Bolsa realiza na sexta-feira, depois de uma semana de alta. Mas, segundo ele, deve ser "uma realização saudável, entre 0,5% e 1%, para dar chance de comprar a quem ficou de fora". Coelho afirma que os 60 mil pontos configuram-se como uma resistência no curto prazo e pode haver um recuo até os suportes em 58,5 mil pontos ou 57,5 mil pontos. Ontem, o Ibovespa cravou a pontuação máxima do dia bem perto do novo patamar, aos 59.901 pontos, em alta de 4,83%.

Segundo o estrategista da Empiricus Research, Marcos Elias, é preciso uma solução paliativa para a Europa, já que os EUA devem conseguir "se virar" sozinhos rumo à retomada econômica. "A Europa não tem jeito, e voltará a assombrar em 2012", prevê. Ele explica que essa percepção leva em conta que os problemas europeus continuam os mesmos: a dinâmica da dívida grega ainda é duvidosa, união monetária com desunião fiscal não funciona e faltam detalhes sobre a injeção de liquidez no sistema financeiro.

Tanto é que hoje o leilão de títulos italianos frustrou a expectativa dos mercados e expôs que o plano anticrise europeu ainda não trouxe uma segurança total para os investidores. A Itália pagou rendimento alto para vender 7,935 bilhões de títulos BTP e bônus CCTeu - esse último com as taxas flutuantes denominadas na Euribor -, alimentando o ceticismo quanto à capacidade de obtenção de financiamento externo para os países europeus em dificuldade.


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