Os operários da Usina Hidrelétrica Santo Antônio paralisaram o trabalho nesta sexta-feira para protestar contra a redução da jornada de trabalho e contra o corte de horas extras no final de semana. Eles alegam que as mudanças foram feitas sem consultar os funcionários. Um dos ônibus usado para o transporte dos operários foi incendiado, mas ninguém ficou ferido e não houve mais atos de violência.
De acordo com o advogado do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Rondônia (Sticcero), Flávio Orlando, os protestos começaram hoje de manhã, quando cerca de 500 trabalhadores do turno da noite decidiram protestar contra a redução da jornada de trabalho. “Desde o começo da obra, eles entram as 17h30 e saem as 3h. Sem uma conversa prévia com o sindicato, esse horário mudou para 18h30, com desconto do salário”, explicou o advogado. Os outros funcionários do turno diurno ficaram com receio de voltar para o canteiro de obras e também não trabalharam hoje.
De acordo com Flávio Orlando, o protesto acabou evidenciando outras insatisfações, como a promoção não remunerada de alguns trabalhadores. “Alguns chegaram aqui como pedreiros, e depois foram evoluindo para outras funções, mas não ganham mais por isso”.
O advogado também afirmou que alguns trabalhadores que não são de Rondônia reclamam por não terem passagens para visitar a família, uma vez que vieram por conta própria. Esses funcionários não foram contemplados pelo acordo coletivo que liberou o pagamento de passagem para quem foi recrutado em seus estados.
Uma reunião entre o sindicato e os representantes do consórcio deve ocorrer amanhã para discutir a pauta de reivindicações. Na próxima segunda-feira, os trabalhadores farão assembleia para avaliar a situação.