O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, disse hoje que o agravamento da crise econômica na Europa e as perspectivas pessimistas nos Estados Unidos agravaram uma "desaceleração programada" da economia brasileira.
"Houve uma piora no mercado internacional que acentuou uma decisão programada de desaceleração iniciada pelo governo com medidas no começo do ano. A ele se superpôs o efeito da crise internacional. O governo brasileiro tem recursos e capacidade para ultrapassar esse processo de desaceleração", disse Coutinho.
O banco informou ainda que, além da moderação da economia e da elevada base de comparação vista em 2010, fortemente influenciada pela operação de capitalização da Petrobras, entre outras razões, mudanças introduzidas no Programa de Sustentação do Investimento (PSI) também levaram a um recuo nos desembolsos de janeiro a setembro de 2011. A queda foi de 28% em relação ao mesmo período de 2010.
Também diminuiu o número de consultas e de aprovações. O PSI foi prorrogado em abril com taxas de juros mais altas. Como resultado, os desembolsos do PSI foram de R$ 33,7 bilhões de janeiro a setembro, contra os R$ 50,9 bilhões registrados no mesmo período de 2010. O recuo foi de 34%. Além do aumento dos juros, o BNDES reduziu a participação do PSI nos financiamentos sobre o total dos investimentos.