O presidente chinês Hu Jintao, em visita de Estado a Áustria, afirmou nesta segunda-feira que acredita na superação da crise da dívida europeia. Acompanhando o chefe de Estado, o ministro chinês de Comércio Exterior, Chen Deming, disse por sua vez que a China está disposta a ajudar o bloco para superar a crise econômica e financeira e mais concretamente a crise da dívida, "já que todos os países estão no mesmo barco e precisam cooperar para que a Europa se recupere". Para tanto, o ministro prometeu um "apoio real".
A China "está convencida de que a Europa possui competências para superar as dificuldades atuais", declarou Hu. A visita a Europa acontece dias depois da reunião do dia 27 de outubro, onde foi aprovado um plano para garantir a sobrevivência da Eurozona com o perdão da metade da dívida grega e a mobilização de um bilhão de euros para impedir o contágio da crise para outros países da região.
De acordo com diplomatas europeus, a China, que já investiu 500 bilhões de dólares em títulos da dívida soberana europeia, está disposta a contribuir com o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF), contudo, nenhum líder político chinês confirmou esta informação.
A reunião do G20 abordará também a situação econômica da China, segunda potência econômica mundial, cujo crescimento foi desacelerado pela crise na Europa e nos Estados Unidos e pela inflação alta que freou o consumo interno.
Nesta segunda-feira, Hu Jintao se reunirá com o chanceler Werner Faymann, que visitou a China em 2011 para verificar violações contra os direitos Humanos. Durante a sua estada na Áustria, cercado por medidas de segurança, dezenas de pessoas se manifestaram no domingo e nesta segunda-feira em Viena, para denunciar a "ocupação do Tibete pela China" e a "repressão atual".
O G20, integrado pelas principais economias do mundo, se reunirá na cidade de Cannes (sul da França) na quinta-feira e sexta-feira, uma semana depois do acordo dos líderes da União Europeia para enfrentar a crise. A Europa tenta aumentar o FEEF a um trilhão de euros, mas o governo da China informou que precisa de esclarecimentos antes de assumir um compromisso com o fundo.