A presidenta Dilma Rousseff viaja nesta segunda-feira à noite para Cannes, no Sul da França, onde participa da reunião de cúpula do G20 (grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo). Em discussão, os impactos da crise econômica internacional. Antes, Dilma se encontra, na quarta-feira, com o presidente da Rússia, Dimitri Medvedev; com o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh; e com o presidente da África do Sul, Jacob Zuma; países que integram o Brics (acrônimo que representa os emergentes Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
Nas últimas viagens que fez à Europa e à África, Dilma defendeu que o Brics adote um discurso unificado nas reuniões do G20. Porém, deve predominar o clima de tensão, segundo negociadores que participam das reuniões preliminares em Cannes, porque a cúpula ocorre logo depois de a União Europeia (UE) definir a ajuda aos países da zona do euro que atravessam uma crise de solvência.
Paralelamente, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) informou que podem faltar 40 milhões de vagas de emprego no mundo nos próximos dois anos, em decorrência da crise econômica, enquanto o governo dos Estados Unidos tenta evitar o agravamento da situação no país.
Será a segunda vez que Dilma participa de uma reunião de cúpula do G20. No ano passado, já eleita, ela acompanhou o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva em
Nas reuniões em Cannes serão discutidos temas como regulação financeira, agricultura, energia, mudanças climáticas e desenvolvimento sustentável. Também estarão em pauta educação, combate à pobreza e estímulos à redução das desigualdades sociais, assim como o respeito aos direitos humanos. O G20 deve fazer uma referência à violência que ocorre nos países árabes, principalmente na Síria, onde o presidente Bashar Al Assad é cobrado pela comunidade internacional para parar com a repressão às manifestações populares que pedem o fim do regime e tentar o diálogo com os manifestantes. Assad é alvo de protestos de manifestantes que o acusam de corrupção, violação de direitos humanos e desrespeito à democracia.
O princípio do G20, criado há 12 anos, é buscar o diálogo ampliado. Das reuniões participam presidentes, primeiros-ministros e ministros da Fazenda dos países do grupo, além de dirigentes dos bancos centrais. O comando do grupo este ano está com a França (a presidência do G20 é rotativa).
A presidenta deve viajar com os ministros da Fazenda, Guido Mantega, das Relações Exteriores, Antonio Patriota, da Secretaria de Comunicação Social, Helena Chagas e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel. Ela só deve retornar ao Brasil no dia 5.