Dezenove estados começam nesta terça-feira a segunda fase da Campanha Nacional de Vacinação contra a Febre Aftosa. Roraima, Rondônia e o Amapá já começaram a imunização de seus rebanhos em outubro e Pernambuco, o Piauí, Maranhão e Pará, com alterações no calendário de vacinação, aplicarão as doses a partir do próximo dia 14.
Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, serão vacinados nessa etapa cerca de 160 milhões de bovinos e bubalinos. Enquanto a maioria dos estados vacinará os animais de todas as idades, a Bahia, Goiás, Minas Gerais, o Rio Grande do Sul, Tocantins e o Distrito Federal devem imunizar apenas os animais com menos de 24 meses de vida.
Santa Catarina não participa da campanha porque é o único estado brasileiro reconhecido como zona livre de aftosa sem necessidade de vacinação. O rebanho da área livre de aftosa com vacinação, de acordo com o ministério, é formado aproximadamente por 205 milhões de animais, e 97,4% deles foram vacinados em 2010, índice que a pasta pretende ver superado este ano.
A mudança da data de vacinação no Piauí, Maranhão, Pará e em Pernambuco faz parte dos preparativos para o levantamento soroepidemiológico. O estudo vai ser feito com o objetivo de obter, da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), o reconhecimento como zona livre de aftosa com vacinação.
O Ministério da Agricultura informou que a meta do governo é tornar todo o território nacional livre de aftosa com vacinação até 2013. A última data estipulada, ainda no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, era o fim de 2010, mas a fragilidade do controle de vacinação nos países vizinhos e, recentemente, a detecção de um foco da doença no interior do Paraguai, em setembro, levaram o cronograma a ser redefinido.
Para tentar solucionar os problemas gerados com o não reconhecimento internacional de todo o país como livre de aftosa com vacinação, como barreiras comerciais às exportações de carnes, o Brasil tenta aumentar o intercâmbio de informações sobre defesa sanitária com os países vizinhos. Além de disponibilizar técnicos federais para auxiliar na imunização, o governo também tem doado vacinas para países como a Bolívia.