Os principais dirigentes europeus e do FMI convocaram o primeiro-ministro grego Giorgos Papandreu esta quarta-feira, em Cannes (sul da França), para tentar restabelecer a calma nos mercados antes da cúpula do G20 e aventam pela primeira vez a possível saída da Grécia da Eurozona.
A comoção causada pela decisão de Papandreu de convocar um referendo sobre o plano de ajuda europeu à Grécia fez com que as bolsas afundassem na terça-feira e nesta quarta continuava fazendo tremer os mercados.
Segundo Sarkozy, o plano de resgate da Eurozona adotado em Bruxelas é "a única via possível para resolver o problema da dívida grega".
Mas o gabinete grego, reunido em sessão extraordinária na madrugada desta quarta-feira, aprovou por 'unanimidade' o projeto de referendo sobre o plano europeu.
Segundo o porta-voz do governo Elias Mossialos, o gabinete também aprovou a decisão de Papandreou de submeter o governo ao voto de confiança do Parlamento, na próxima sexta-feira.
A anúncio inesperado do referendo foi recebido com espanto e indignação na Europa e no mundo, já que o "não" dos eleitores gregos pode ameaçar o futuro da zona do euro, com consequências imprevisíveis.
O acordo europeu de 27 de outubro prevê uma redução de cerca de 50% da dívida grega com os bancos credores, além de manter o apoio financeiro dos Estados europeus à Grécia, sufocada pela dívida e por sucessivos planos de austeridade.
Mas o plano também prevê maior controle dos credores sobre a gestão do orçamento grego, uma aceleração do programa de privatizações e a manutenção das severas medidas de austeridade iniciadas em 2010.