O governo brasileiro manifestou ontem, em Cannes, apoio à proposta defendida por França e Alemanha de criação de um imposto global sobre transações financeiras, em fase de discussões na cúpula do G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo). O anúncio foi feito pelo presidente da França, Nicolas Sarkozy, e depois confirmado pela delegação do Brasil. Em contrapartida, porém, o país exige um consenso sobre a adoção do chamado "piso básico de proteção social", projeto da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
"Claro que nem todo mundo concorda nesse tema. Mas nós notamos com grande satisfação que as presidentes de Brasil e Argentina estão juntas a favor da taxa", disse Sarkozy. "Estas discussões continuarão para tentar construir um consenso com o grupo de países líderes na área."
O imposto deverá ser adotado pela União Europeia a partir de 2013. O objetivo de França e Alemanha é transformar a taxa em global, para evitar a perda de competitividade. Quando questionada pelo Estado em Bruxelas, no mês passado, Dilma havia se manifestado contra o imposto. "Não acho que isso (o imposto) resolva. O controle dos fluxos vai ser (baseado) em uma supervisão muito clara, porque tem fluxos de capital sobre os quais ninguém tem controle", afirmou então. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.