Os líderes das 20 principais economias do mundo encerram nesta sexta-feira em Cannes, na França, a cúpula anual do G20, tentando encontrar soluções para a crise das dívidas europeias e para o resgate da Grécia, assuntos que vêm dominando as discussões no balneário desde antes do início oficial da reunião.
Entre as possíveis alternativas discutidas no encontro está a disponibilização de bilhões de dólares em linhas de crédito pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), a fim de dar garantias a países em dificuldades honrar suas dívidas.
Ainda assim, grande parte da atenção deverá estar voltada à Grécia, onde o premiê George Papandreou enfrenta um voto de confiança no Parlamento, o que contribui para as incertezas em relação ao plano de resgate do país.
Vários líderes presentes na cúpula manifestaram a necessidade de uma solução clara e rápida para a crise que vem ameaçando se alastrar pelos países da zona do euro e contaminar a economia global.
Em declarações na noite de ontem (3), o anfitrião da cúpula e presidente da França, Nicolas Sarkozy, disse que a zona do euro precisa apresentar uma solução rápida para garantir o futuro da moeda comum europeia e passar uma mensagem clara de credibilidade para o resto do mundo. "Se o euro afundar, a Europa afunda", afirmou. Segundo ele, a moeda comum é "a principal garantia de paz no continente”.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, também destacou a importância do combate à atual crise para garantir a recuperação econômica mundial. "O mais importante aspecto de nossa tarefa nos próximos dois dias é resolver a crise financeira aqui na Europa", afirmou.
A presidenta Dilma Rousseff, que na manhã de hoje se reuniu com Angela Merkel, chanceler da Alemanha, também se manifestou sobre a crise durante um discurso em uma das sessões de trabalho da cúpula ontem (3). Ela disse que o Brasil está pronto a contribuir para uma solução à crise europeia, mas cobrou dos líderes da região "liderança, visão clara e rapidez".
Um dos pontos em aberto nas discussões em Cannes é a possibilidade de os grandes países emergentes, como o Brasil ou a China, contribuírem financeiramente para ajudar os países europeus em dificuldades.
Representantes do Brics (grupo que reúne o Brasil, a Rússia, Índia, China e África do Sul) já manifestaram disposição em contribuir por meio do FMI, o que estaria de acordo com o aumento do capital do fundo previsto no rascunho da declaração do G20.
Apesar disso, líderes do grupo também cobraram, como Dilma, que os próprios europeus eliminem suas divergências internas e coloquem em andamento o plano acertado na semana passada pelos países da zona do euro.