O vice-secretário de Estado dos Estados Unidos, William Burns, disse nesta sexta-feira que Cuba parece ter dado um "passo positivo" ao permitir que seus cidadãos comprem e vendam casas pela primeira vez em 50 anos.
"Vemos isto, se for implementado, como um passo positivo no sentido de um avanço para permitir uma liberdade maior aos cubanos, em como eles projetam seu futuro", disse Burns ao Conselho de Assuntos Mundiais da América, após fazer um discurso sobre política externa.
"De maneira mais ampla, a relação continua extremamente complicada, em que continuamos a ter profundas preocupações sobre o comportamento do regime em Havana", disse o diplomata número dois dos EUA, quando perguntado sobre quais passos Washington estava tomando para normalizar os laços com Cuba. "Eles negam direitos básicos e oportunidades básicas a seu próprio povo, então esta continua sendo uma relação turbulenta de se gerenciar", completa Burns.
Publicada na quinta-feira na Gazeta Oficial, a nova lei de propriedade se aplica aos cidadãos cubanos e residentes permanentes e permite a venda, doação e troca entre partes privadas.
A reforma entra em vigor em 10 de novembro com a meta de "contribuir para a solução do problema de moradia" e "garantir o exercício efetivo dos direitos dos proprietários".
A medida é parte de uma série de reformas econômicas destinadas a reanimar a economia da ilha regida por comunistas e a aliviar a forte carência de moradias.
Os Estados Unidos impuseram oficialmente um embargo a Cuba pela primeira vez em 1960, logo após a Revolução de Fidel Castro. Ele continua em curso, com a maior parte do comércio e das viagens à ilha caribenha banidas.