(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Acordo na Grécia exclui Papandreou

Primeiro-ministro deve anunciar sua saída hoje, depois de reunião que vai definir os nomes do governo de coalizão


postado em 07/11/2011 07:24

Atenas - Os dois principais partidos políticos da Grécia chegaram ontem a um acordo para a formação de um governo de coalizão no país, com a saída do atual primeiro-ministro, George Papandreou, informou a presidência da República. O novo governo ficará encarregado da "aplicação do plano europeu" de ajuda à Grécia até "as próximas eleições", destaca o comunicado. O líder da oposição conservadora, Antonis Samaras, e Papandreou voltam a se reunir hoje para designar um novo primeiro-ministro e o futuro gabinete.

O primeiro-ministro grego, George Papandreou, acena ao deixar o palácio presidencial em Atenas, ontem(foto: Yannis Behrakis/Reuters)
O primeiro-ministro grego, George Papandreou, acena ao deixar o palácio presidencial em Atenas, ontem (foto: Yannis Behrakis/Reuters)
O acordo foi fechado durante uma reunião entre Samaras, líder do partido Nova Democracia, e Papandreou, na casa do presidente grego, Karolos Papúlias. "Durante o encontro, ficou acertada a formação de um novo governo com a missão de conduzir o país a eleições imediatamente após a aplicação das decisões tomadas em 26 de outubro", quando foi firmado o acordo de Bruxelas entre Grécia e os demais países da zona do euro, destaca o comunicado.

A Grécia deverá ser representada na reunião do Eurogrupo, hoje, pelo ministro das Finanças e vice-chefe do atual governo, Evangélos Vénizélos, encarregado das negociações desde meados de junho. Os gregos pretendem negociar com os ministros das Finanças do Eurogrupo o pagamento de 80 bilhões de euros até o fim de fevereiro, como prevê o acordo de resgate decidido no fim de outubro em Bruxelas.

COTIDIANO

Enquanto os partidos travam batalha política, a população vai encontrando “jeitinhos” para continuar vivendo. Muitos tiveram a luz cortada por falta de pagamento, outros não têm renda para continuar comprando livros ou lotando os bares. Longe da política que se faz no Parlamento ou em Bruxelas, a sociedade se reorganiza de forma espontânea para driblar o aperto de cintos.

Na cidade de Veria, um grupo de moradores causou sensação ao percorrer a cidade durante a noite, fazendo " gatos " na eletricidade. Vários moradores estavam sem luz, depois de já acumularem mais de seis meses sem pagar a conta. A onda chegou até a capital, Atenas. Na periferia, prédios que também haviam sido afetados pelo corte de luz estão fazendo conexões ilegais. "Os salários foram reduzidos, famílias tem pelo menos uma pessoa desempregada e ainda os impostos aumentaram", explicou Stravos, um morador que admite que vive com eletricidade " emprestada ".

Ongs em Atenas já se preocupam com outro fenômeno: a chegada do inverno. "Muitas casas optarão entre comer e pagar o aquecimento", disse a assistente social, Ania Alamanoy. O inverno grego não é como do norte da Europa. Porém, para os mais idosos, pode ser o suficiente para desenvolver uma pneumonia.

Em cidades vizinhas a Atenas, o problema é o lixo abandonado nas ruas. As prefeituras foram obrigadas a cortar o número de funcionários. Nas cidades governadas por partidos que não fazem parte do governo central, a opção foi reduzir justamente os da coleta de lixo para mostrar o desagrado. Cansados da briga política, um grupo de moradores também se organizou e, com um caminhão, recolhe o lixo nas ruas.

Algumas prefeituras optaram por se aliar à população. No bairro de Nea Ionia, em Atenas, as autoridades locais surpreenderam ao convocar os moradores a não pagar os novos impostos criados pela governo central para tentar reduzir o déficit do país. Só em restaurantes e bares, o imposto foi incrementado em 13%. Em Nea Ionia, a subprefeitura oferece orientação sobre como driblar os impostos e também promete reconectar serviços que tenham sido cortados pelas empresas de energia, gás ou água.

LIVROS DOADOS

Na Universidade de Atenas, estudantes se mobilizam para permitir que todos continuem tendo acesso ao material necessário para os cursos. Alunos dos últimos anos dos cursos se colocam nas portas das salas e, ao terminar as aulas, pedem que colegas doem livros já usados.

Dora, estudante de economia, explica que uma associação foi montada para reunir os livros e receber pedidos de alunos que estejam com problemas financeiros. "Dávamos livros a todos que pediam. Mas como a crise foi aumentando o número de livros diminuindo, agora exigimos que os estudantes que são beneficiados provem que pelo menos um de seus pais esteja desempregado ", disse. O problema é que, com mais de 1 milhão de pessoas na Grécia ganhando menos de 400 euros por mês, a iniciativa dos estudantes pode não ser suficiente para garantir que todos estudem.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)