Os ministros de Finanças da Eurozona decidiram nesta segunda-feira pressionar ainda mais a Grécia para que as medidas de austeridade sejam cumpridas pelo país e reforçaram as propostas para evitar que a Itália seja a próxima a quebrar.
Após vários dias de agitação política na Grécia, os ministros dos 17 países da Eurozona vão se reunir hoje a partir das 16H00 GMT (14H00 de Brasília). Na terça-feira será a vez dos 27 ministros da União Europeia (UE).
O objetivo é dizer a Atenas que o país não receberá nada, caso não sejam cumpridos os planos de ajuste. O medo maior é do risco da crise atingir a Itália, já enfraquecida pela falta de credibilidade dos investidores sobre os planos do governo de Silvio Berlusconi para reduzir o déficit e a enorme dívida de 1,9 trilhão de euros.
Os líderes europeus cobram da Grécia uma definição clara para que o país continue na Eurozona. Os principais partidos políticos gregos chegaram a um acordo para formar um governo de coalizão sem o atual primeiro-ministro Georges Papandreou. Decidiram também, adiantar as eleições para o dia 19 de fevereiro.
O socialista Papandreou e o líder da oposição de direita, Antonis Samaras, reuniram-se nesta segunda-feira para escolher o próximo chefe do governo. A Grécia pretende negociar o pagamento de 80 bilhões de euros até o final de fevereiro.
A Eurozona e outros credores, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), desejavam aprovar imediatamente os 8 bilhões de euros relativos ao último lote do primeiro plano de resgate, acordado em 2010.
"Deveria ser um ponto de aprovação automático nesta segunda-feira, mas tudo mudou (...)", disse uma fonte europeia. Sem este empréstimo imediato, a Grécia permanecerá sem receber ajuda até meados de dezembro.
A agitação na Grécia dominou a reunião do G20 na França e impediu que o grupo definisse o reforço do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) para evitar o contágio da crise em países ameaçados como a Itália e a Espanha, terceira e quarta economias da Eurozona.
A meta é ampliar para um trilhão de euros o FEEF, através de um mecanismo de investimento para comprar a dívida de países frágeis, com o respaldo de uma nota de classificação máxima e a garantia de até 30% em eventuais perdas.
Para multiplicar seus recursos, fixados inicialmente em 440 bilhões de euros, está prevista a criação de dois veículos financeiros, sendo um deles ligado ao FMI, que buscará investimentos do setor privado em países emergentes.
Além dos temores sobre a Grécia, rumores sobre a renuncia do primeiro-ministro italiano também trazem insegurança aos mercados nesta segunda-feira. A Comissão Europeia já confirmou que enviará à Itália uma missão para vigiar a implementação das reformas draconianas. "O problema da Itália é a falta de credibilidade das medidas anunciadas pelo governo para reduzir o déficit", declarou a diretora do FMI, Christine Lagarde.