A formação de um governo de União Nacional na Grécia vai permitir que o país cumpra com suas promessas de austeridade, afirmou nesta segunda-feira em Bruxelas o atual ministro grego de Finanças, Evangelos Venizelos.
"O governo de União Nacional é a prova de nosso compromisso e de nossa capacidade nacional de aplicar o programa previsto", declarou Venizelos de Bruxelas, onde participará em uma reunião de ministros de Finanças da Eurozona.
O país passa por uma crise política, gerada pela crise da dívida. No domingo, o primeiro-ministro Georges Papandreou anunciou sua renúncia iminente ao cargo de primeiro-ministro da Grécia, e somou-se à longa lista de chefes de governo europeus obrigados a renunciar devido à crise da dívida que atinge a Europa.
"A instabilidade política no país levou a Europa a ampliar seus esforços no sentido de reforçar o fundo de resgate europeu", afirmou Amadeu Altafaj, porta-voz da Comissão Europeia, durante uma coletiva de imprensa ante da reunião de ministros da Economia da Eurozona, na qual devem acertar as medidas para fortalecer o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF).
A meta é que o FEEF funcione como um mecanismo de atração de investimentos para comprar a dívida dos países mais frágeis, apoiado por sua máxima classificação e por uma garantia de 20% a 30% de eventuais primeiras perdas.
O acordo para a formação de um governo de coalizão na Grécia foi obtido no domingo entre os dois principais partidos políticos do país. O novo governo ficará encarregado da "aplicação do plano europeu" de ajuda à Grécia até "as próximas eleições", disse o governo através de um comunicado.
O líder da oposição conservadora, Antonis Samaras, e Papandreou se reunirão novamente nesta segunda-feira para designar um novo primeiro-ministro e o futuro gabinete. O acordo foi fechado durante uma reunião entre Samaras, líder do partido Nova Democracia, e Papandreou, na casa do presidente grego, Karolos Papúlias.
"Durante o encontro, ficou acertada a formação de um novo governo com a missão de conduzir o país a eleições imediatamente após a aplicação das decisões tomadas em 26 de outubro", quando foi firmado o acordo de Bruxelas entre Grécia e os demais países da Zona Euro, destaca o comunicado.