Natal é época de solidariedade, harmonia, benevolência e…pagar contas. Num período de turbulência e incertezas internacionais, a previsão é de festas de fim de ano bem mais lights: três em cada cinco brasileiros usarão o 13º salário para quitar dívidas, revela pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). O total é 5,26% maior que o previsto para o ano passado, quando 57% dos entrevistados disseram pretender gastar a remuneração extra para o pagamento de dívidas. Seguindo esse parâmetro, os gastos com presentes também serão menores, numa queda de 10,53% daqueles que preveem gastar a remuneração extra com lembranças.
Na lista de principais vilões, cheque especial e cartão de crédito lideram, com 76% dos entrevistados respondendo que vão usar os valores recebidos para o pagamento dos dois itens. O cartão de crédito é a linha de empréstimo com maior peso na composição da dívida em aberto dos consumidores tendo atingido em 2011 39% do total. Entre esses que se endividaram durante o ano está o representante comercial Vitor Ney Amaral. Afetado por um ano que ele classifica como “esquisito para o comércio”, ele diz reservar quase a totalidade do 13º para cobrir gastos dos últimos meses. “Esse ano é só lembrança. E, mesmo assim, para os mais próximos. A primeira opção será pagar as dívidas, que não são poucas para quem trabalha no comércio”, diz Amaral.
Mas, mesmo com o aumento do endividamento, os consumidores parecem não aprender a lição dos últimos anos. A pesquisa mostra que quatro em cada cinco devem usar o cartão de crédito para pagar parte das compras, prolongando as dívidas para meses caracterizados por maior aperto no orçamento. Isso porque, em janeiro e fevereiro, entra na lista de contas IPTU, IPVA, matrícula escolar e outras contas do ano novo.
O aumento das dívidas também resulta na diminuição da previsão de valores a serem gastos com presentes. O que se percebe na pesquisa é que consumidores que, no ano passado, previam gastar valores mais altos estão mais cautelosos neste ano. Enquanto no Natal de 2010, 29% dos entrevistados disseram pretender gastar entre R$ 500 e R$ 2 mil com presentes, neste ano a parcela caiu para 24% – redução de 17,25%. Enquanto isso, a fatia que prevê gastar entre R$ 100 e R$ 500 aumentou de 57% para 61% – crescimento de 7% entre os dois períodos.
Lista de compras
A diminuição do valor dispensado para compra de presentes por consequência resulta em aquisições mais modestas. Nesse sentido, móveis e produtos de linha branca (fogão, geladeira, freezer e micro-ondas) saem das listas de compras de muitas famílias. A diminuição é de 16,67% e 10,71%, respectivamente, em relação ano passado. Adepta das compras à vista, a médica Aline Batista aproveita para se presentear com um produto de valor mais alto e dá uma lição de planejamento. “Vou comprar uma TV nova de LCD e também pagar para um colega fazer o meu plantão de ano-novo no hospital”, diz. Ela é uma das que estão na lista de pessoas que vão comprar os cobiçados aparelhos eletrônicos, como DVD, sons, câmeras fotográficas e televisores, mas por uma simples explicação: “não faço compras a longo prazo”, adverte Aline. Os eletrônicos lideram a opção de compras, à frente inclusive das roupas e dos celulares.
Em Minas, a estimativa é que sejam injetados R$ 10,6 bilhões nos bolsos dos trabalhadores com o valor extra, aumento nominal de 17,37% em relação ao ano passado e 10,4% em termos reais, se descontada a inflação para o período. O volume representa cerca de 9% do total no país e é equivalente a 2,8% do PIB mineiro, mas ainda assim a previsão é de cautela.
Na lista de principais vilões, cheque especial e cartão de crédito lideram, com 76% dos entrevistados respondendo que vão usar os valores recebidos para o pagamento dos dois itens. O cartão de crédito é a linha de empréstimo com maior peso na composição da dívida em aberto dos consumidores tendo atingido em 2011 39% do total. Entre esses que se endividaram durante o ano está o representante comercial Vitor Ney Amaral. Afetado por um ano que ele classifica como “esquisito para o comércio”, ele diz reservar quase a totalidade do 13º para cobrir gastos dos últimos meses. “Esse ano é só lembrança. E, mesmo assim, para os mais próximos. A primeira opção será pagar as dívidas, que não são poucas para quem trabalha no comércio”, diz Amaral.
Mas, mesmo com o aumento do endividamento, os consumidores parecem não aprender a lição dos últimos anos. A pesquisa mostra que quatro em cada cinco devem usar o cartão de crédito para pagar parte das compras, prolongando as dívidas para meses caracterizados por maior aperto no orçamento. Isso porque, em janeiro e fevereiro, entra na lista de contas IPTU, IPVA, matrícula escolar e outras contas do ano novo.
O aumento das dívidas também resulta na diminuição da previsão de valores a serem gastos com presentes. O que se percebe na pesquisa é que consumidores que, no ano passado, previam gastar valores mais altos estão mais cautelosos neste ano. Enquanto no Natal de 2010, 29% dos entrevistados disseram pretender gastar entre R$ 500 e R$ 2 mil com presentes, neste ano a parcela caiu para 24% – redução de 17,25%. Enquanto isso, a fatia que prevê gastar entre R$ 100 e R$ 500 aumentou de 57% para 61% – crescimento de 7% entre os dois períodos.
Lista de compras
A diminuição do valor dispensado para compra de presentes por consequência resulta em aquisições mais modestas. Nesse sentido, móveis e produtos de linha branca (fogão, geladeira, freezer e micro-ondas) saem das listas de compras de muitas famílias. A diminuição é de 16,67% e 10,71%, respectivamente, em relação ano passado. Adepta das compras à vista, a médica Aline Batista aproveita para se presentear com um produto de valor mais alto e dá uma lição de planejamento. “Vou comprar uma TV nova de LCD e também pagar para um colega fazer o meu plantão de ano-novo no hospital”, diz. Ela é uma das que estão na lista de pessoas que vão comprar os cobiçados aparelhos eletrônicos, como DVD, sons, câmeras fotográficas e televisores, mas por uma simples explicação: “não faço compras a longo prazo”, adverte Aline. Os eletrônicos lideram a opção de compras, à frente inclusive das roupas e dos celulares.
Em Minas, a estimativa é que sejam injetados R$ 10,6 bilhões nos bolsos dos trabalhadores com o valor extra, aumento nominal de 17,37% em relação ao ano passado e 10,4% em termos reais, se descontada a inflação para o período. O volume representa cerca de 9% do total no país e é equivalente a 2,8% do PIB mineiro, mas ainda assim a previsão é de cautela.