O Banco de Desenvolvimento da América Latina pretende obter do Brasil um aporte maior de recursos para os fundos da instituição voltados à concessão de empréstimos para investimentos em infraestrutura. O presidente executivo do banco, Enrique Garcia, disse hoje ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que levará essa demanda à presidenta Dilma Rousseff. Atualmente, a carteira de empréstimo da instituição para investimentos em programas de infraestrutura soma US$ 11 bilhões.
Ele reconheceu que “a magnitude” da crise econômica europeia fará com que os países latino-americanos “sejam cautelosos” nas avaliações de crescimento para os próximos anos. As análises feitas pelo banco indicam um crescimento da América Latina em 2011 entre 4% e 4,5% – patamar que deve se manter em 2012.
No entanto, Garcia vinculou essas expectativas ao sucesso das medidas econômicas tomadas pela Europa e “ao andamento da situação global”. Na mesma linha de outros dirigentes de instituições financeiras internacionais, o presidente executivo do banco cobrou dos europeus maior agilidade nas decisões de enfrentamento da crise.
Enrique Garcia ressaltou que, nesse cenário, os países da América Latina levam vantagem porque têm adotado políticas macroeconômicas de controle fiscal e monetário. O diretor presidente do banco lembrou que as reservas do continente são superiores a US$ 500 bilhões, e os países não têm problemas com dívidas – o que gera uma expectativa de “resistência melhor”.
A melhor forma para prevenir os efeitos econômicos, segundo ele, é fortalecer os investimentos nos processos de integração, especialmente na América do Sul. Além disso, Enrique Garcia elogiou as políticas empreendidas pelo governo brasileiro em programas de infraestrutura e de integração continental.
A representante do Banco de Desenvolvimento da América Latina no Brasil, Moira Paz-Estenssoro, disse que o organismo trabalha com investimentos no setor público e privado. O banco tem dado uma atenção maior, agora, à parceria com as cidades que sediarão os jogas da Copa do Mundo de 2014, especialmente a do Rio de Janeiro, destacou ela.