Brasília – A Petrobras acumulou um lucro líquido de R$ 28,2 bilhões no ano. O resultado nos nove primeiros meses do ano é 15% superior na comparação com o de igual período de 2010, apesar de a estatal ter sofrido um duro impacto de perdas cambiais entre julho e setembro. Seu lucro líquido no terceiro trimestre foi de R$ 6,33 bilhões no terceiro trimestre, uma queda de 26% sobre o verificado em mesmo trimestre de 2010. O resultado foi o pior desde o primeiro trimestre de 2009, quando o mundo sentia os efeitos do início da crise financeira internacional nos Estados Unidos. “O efeito câmbio foi o principal fator de redução do resultado no trimestre passado. Se não fosse isso, teríamos um lucro trimestral acima de R$ 12 bilhões", disse o diretor financeiro e de relações com investidores, Almir Guilherme Barbassa, durante apresentação dos resultados operacionais da companhia.
Ele também destacou que uma série de interrupções técnicas na produção, a restrição do governo para o repasses de preços internacionais e o aumento dos custos para extração de petróleo, afetados pelas tabelas no exterior, impediram que os números divulgados fossem melhores. A produção cresceu no ano apenas 1%, para 2,59 milhões de barris. Além disso, a balança comercial externa da Petrobras ficou negativa este ano, em razão do aumento do consumo doméstico de derivados, puxado pelo setor automotivo. Apesar disso, o diretor comemorou o fato de as dificuldades recentes terem sido parcialmente compensadas pelo aumento de 4% nas vendas domésticas e pelos ganhos de preços nas exportações. A receita total no ano chega a R$ 180,4 bilhões, ante os R$ 158,7 bilhões de 2010.
Barbassa sublinhou ainda que a variação do câmbio, mesmo sendo expressiva, acabou se aproximando de “um certo equilíbrio”, considerando que a valorização do real foi percebida no primeiro e segundo trimestres e a forte desvalorização, de 18%, apenas no terceiro trimestre. Pelas contas do executivo, as perdas cambiais chegam a R$ 5 bilhões no ano, sendo de R$ 7,9 bilhões no terceiro trimestre, que compensaram os ganhos de R$ 6,5 bilhões no primeiro e de R$ 1,4 bilhão no segundo. Ele lembra que o ganho contábil da estatal antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) foi de R$ 16,67 bilhões, um aumento de 3% ante o terceiro trimestre de 2010.
Conforme balanço divulgado ontem, o efeito câmbio deve-se à exposição de dívidas ao câmbio. Dos R$ 146 bilhões de endividamento, R$ 50 bilhões estavam expostos. “Apesar de 70% da dívida estar indexada ao câmbio, nem toda ela sofre com as fortes variação. As nossas subsidiárias no exterior, por exemplo, não estão afetadas por isso”, acrescentou. Mas o efeito negativo sobre os resultados que mais preocupa o diretor foi o aumento dos custos de extração, de R$ 3 por barril, chegando a R$ 22,31.
Bolsas fecham em alta no brasil e no mundo
Os mercados financeiros encerraram a sexta-feira em alta. O encaminhamento da situação na Itália e Grécia, países que estão no foco da crise na Zona do Euro, melhorou o humor dos mercados. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) seguiu a tendência de valorização. O Ibovespa subiu 2,14% no fechamento, atingindo os 58.546 pontos. O giro financeiro foi de R$ 4,95 bilhões. Na semana, porém, acumulou queda de 0,21%. No exterior, as bolsas europeias registraram alta de 1,84% (Londres), 2,75% (Paris) e 3,22% (Frankfurt).