Um governo de técnicos, liderado pelo economista Mario Monti, assume o poder na Itália com a tarefa de estabilizar um país e toda a zona do euro. No fim de semana, a classe política europeia se apressou para garantir a queda do governo de Silvio Berlusconi e a nomeação de um novo primeiro-ministro antes de os mercados abrirem hoje, como um sinal claro do compromisso do continente em lidar com a crise da dívida.
Pressionado, Monti chega ao poder precisando ainda conquistar os mercados, com a resistência de alguns partidos e sendo desafiado por Berlusconi, que não pretende abandonar o confronto político - além de ameaçar pedir antecipação das eleições. Isso tudo diante da tarefa de uma reforma de 60 bilhões de euros do orçamento.
Monti entrou pela madrugada tentando definir o novo gabinete de governo - que terá de ser submetido ao Parlamento -, depois que líderes de partidos italianos apelaram para que ele fizesse isso antes da abertura dos mercados hoje. Eleições antecipadas estão fora da agenda, por enquanto, e Monti teria revelado que espera ficar até meados de 2013 no poder.
Mas o mercado não esperará. Hoje, Monti já enfrenta seu primeiro grande teste. A Itália vai tentar captar 3 bilhões de euros e o sucesso da operação será a grande prova. "O impacto de sua nomeação pode durar apenas alguns dias", disse Fabrizio Fiorini, chefe da Aletti Gestielle, de Milão. Até abril, a Itália precisará rolar 200 bilhões de euros de sua dívida.