A economia da Rússia cresceu abaixo da estimativa do governo no terceiro trimestre. O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) foi de 4,8%, anunciou hoje o serviço federal de estatística Rosstat. Os dados preliminares divulgados no mês passado pelo Ministério de Economia apontavam para expansão de 5,1% entre julho e setembro.
Apesar de ter ficado abaixo da estimativa, a expansão do PIB foi a maior desde o segundo trimestre de 2010, afirmou o Rosstat. O crescimento foi sustentado pelo aumento na demanda interna do país.
"O nervosismo global teve efeitos apenas marginais na economia russa, e, enquanto o preço do petróleo permanecer alto e o país não enfrentar uma nova contração no crédito, nós esperamos que a boa performance continue", disse o Danske Banke, em nota aos clientes. A maior parte dos economistas acredita que a Rússia deve alcançar a previsão oficial de crescimento de 4,1% em 2011.
Os dados econômicos mostram um panorama dividido. A produção industrial cresceu apenas 3,9% em setembro, menor crescimento desde outubro de 2009, pois a crise na União Europeia, o maior mercado de exportação da Rússia, diminuiu a demanda por bens manufaturados. Ao mesmo tempo, indicadores de demanda doméstica, como vendas no atacado e investimentos de capital fixo subiram durante o mês, e o desemprego alcançou a menor marca em três anos.
Mesmo com o preço do petróleo, principal produto de exportação do país, voltando a oscilar por volta de US$ 114 o barril do Brent, o país espera uma saída de capital na faixa dos US$ 70 bilhões neste ano, diminuindo alguns dos efeitos positivos da alta dos preços de energia, dizem analistas. O governo prevê expansão de 3,7% para o PIB em 2012. O primeiro-ministro Vladimir Putin mira um crescimento maior a longo prazo, por volta de 6% e 7%.