A Organização Mundial do Comércio (OMC) aceitou discutir a tese brasileira sobre o que o governo brasileiro chama de "dumping cambial", disse ontem o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel.
O governo brasileiro quer que os países atingidos por um "surto" de importações tenham o direito de se defender desse movimento, desde que ele tenha sido motivado pela desvalorização artificial do câmbio do local de origem dos bens.
"Quando apresentamos a tese, o meu ministério e o Itamaraty, alguns analistas brasileiros criticaram, disseram que era algo absurdo, mas a OMC aceitou debatê-la e todos os governos dos países emergentes têm enorme interesse nessa discussão", disse o ministro ontem no Rio, onde participou do Congresso Latino Americano de Aço.
Apesar de a China estar no centro das discussões sobre comércio internacional, por causa da invasão de seus manufaturados em diversos mercados do mundo, turbinados por um yuan desvalorizado o ministro ressaltou que a medida pretendida não é direcionada exclusivamente ao país asiático. Na prática, o Brasil pleiteia que os países prejudicados por assimetrias cambiais tenham o direito de aplicar às importações tarifas equivalentes à desvalorização da moeda do país de origem, se ela partir de um "movimento cambial externo".