A primeira-ministra australiana, Julia Gillard, se pronunciou nesta terça-feira a favor de anular a proibição da venda de urânio de seu país à Índia com o objetivo de reforçar os vínculos entre Austrália e esta potência emergente da Ásia.
"Um de nossos vizinhos mais próximos é a Índia. A maior democracia do mundo. Com um índice de crescimento anual de 8%", escreveu a chefe de Governo em artigos publicados nesta terça-feira no The Sydney Morning Herald. "Mas, apesar de nossa língua, nossa herança (histórica) e nossos valores democráticos comuns, tratamos a Índia de forma diferente em uma questão importante", acrescentou.
A Austrália autoriza a exportação de urânio à China, Japão, Taiwan e Estados Unidos, mas não à Índia, já que o país não assinou o Tratado de Não Proliferação Nuclear, condição exigida pelo Partido Trabalhista de Gillard para autorizar a venda desta substância.
"É hora de o Partido Trabalhista modernizar sua plataforma e permitir que reforcemos nossas relações com a Índia, (país) dinâmico e democrático. Como em outros temas, ampliar nossos mercados permitirá a criação de empregos", disse a primeira-ministra.
Qualquer venda de urânio à Índia deverá ser acompanhada de garantias de que o minério só será utilizado na produção de energia civil, e não com fins militares, disse. Sem ser uma potência nuclear, a Austrália é o terceiro país exportador mundial de urânio, depois de Cazaquistão e Canadá. Além disso, possui as maiores reservas do minério (23% do total das reservas mundiais), segundo a Associação Mundial Nuclear.