O sistema financeiro da China está exposto a créditos ruins, à explosão do crédito não regulado e à queda dos preços do setor imobiliário, advertiu nesta terça-feira o Fundo Monetário Internacional, que defendeu reformas importantes.
Em seu primeiro informe dedicado à avaliação do sistema financeiro da segunda maior economia mundial, o FMI considera que a grande interferência governamental na atividade dos bancos dificulta a aplicação de mecanismos de mercado e a boa governança.
O rápido crescimento dos empréstimos desde a crise financeira mundial de 2008 provocou um endividamento em massa de diversas empresas e governos locais, que podem tornar-se insolventes se a desaceleração do crescimento e a queda dos preços do setor imobiliário prosseguir, considera o Fundo.
"A estrutura existente permite uma economia e níveis de liquidez altos, mas também cria o risco de uma má alocação de capital e de uma formação de bolhas", particularmente no setor imobiliário, segundo Fiechter, que dirigiu a equipe responsável pelo programa de avaliação do setor financeiro chinês.
A China é um dos 25 "países de importância sistêmica", que concordou com avaliações obrigatórias ao menos uma vez a cada cinco anos, ressalta o FMI, que publica uma lista de 29 recomendações para melhorar o sistema financeiro do país.
O FMI convoca as autoridades chinesas a permitir que os bancos emprestem com base em critérios comerciais, e não políticos, ou a utilizar instrumentos de mercado, como as taxas de juros, para regular o volume de empréstimos, em vez de medidas administrativas.