A cúpula da indústria processadora de suco de laranja do país defendeu hoje, na sede da Sociedade Rural Brasileira (SRB), em São Paulo, um pacto do setor pela organização da cadeia produtiva e a criação do Consecitrus. Participaram do encontro cerca de 50 grandes produtores de laranja, o presidente da Louis Dreyfus Commodities no Brasil, Kenneth Geld, o diretor e herdeiro da Cutrale, José Henrique Cutrale, e Cláudio Ermírio de Moraes, que comanda a Citrovita/Citrosuco, empresa que nascerá da fusão das duas companhias do setor.
De acordo com o presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), Christian Lohbauer, todos defenderam a necessidade da criação do Consecitrus, entidade formada por produtores e indústrias para definir um novo padrão de remuneração de setor, além de discutir problemas comuns, como mercado e redução de custos de produção. "A presença dos comandantes de cada companhia mostra que a indústria não está brincando e que há um compromisso para a reconstrução do setor", disse Lohbauer.
De acordo com informações da entidade, Geld, da Louis Dreyfus Commodities, citou na reunião o Consecana, modelo criado há 12 anos pela cadeia da cana-de-açúcar, como exemplo de transparência nas relações entre indústria e produtores. O executivo pediu ainda aos citricultores presentes que avaliem os possíveis benefícios do Consecitrus no longo prazo e que voltem a investir na produção de laranja.
Cutrale afirmou que a empresa está empenhada na formação do conselho e considerou que a laranja voltará ser um bom negócio quando as dificuldades do mercado internacional forem superadas. Cerca de 70% das exportações brasileiras de suco vão para a Europa, que enfrenta uma crise econômica. O executivo pediu ainda foco na produtividade, além de ações de marketing e de gestão integradas na cadeia citrícola. Já Ermírio de Moraes lembrou dos embates comuns entre produtores e a indústria e pediu aos presentes que olhem para frente, com a criação de uma agenda positiva.