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Estado de Minas

Negociação turbina ações da Usiminas

Confirmação do interesse da argentina Ternium na empresa mineira levou à alta de até 1,28% na cotação dos papéis


postado em 19/11/2011 06:00

As ações ordinárias da Usiminas ganharam destaque positivo no pregão de ontem na bolsa de valores, depois de confirmado o ingresso da siderúrgica argentina Ternium, do grupo Techint, na disputa por fatias do controle da empresa de Ipatinga, no Vale do Aço mineiro. A valorização dos papéis foi também influenciada pelo fato relevante que a Nippon Usiminas, maior acionista da companhia, divulgou informando estar ciente da investida da concorrente latina. As ações ordinárias fecharam o dia negociadas a R$ 22,86, uma alta de 1,28%, e as preferenciais se valorizaram 0,50%, a R$ 11,98, na contramão da perda do Ibovespa, índice das ações mais negociadas, de 0,45%. No início da noite, a Caixa de Empregados da Usiminas e a Mitsubishi Corporation do Brasil comunicaram haver negociações com os sócios, embora destacando que não houve qualquer acordo.

A movimentação dos acionistas foi entendida como um demonstração de que existem obstáculos à rival Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) na tentativa de entrar no bloco controlador da Usiminas; mais que isso, a siderúrgica mineira sairia favorecida com a oferta da Ternium, em lugar da companhia comandada por Benjamin Steinbruch. A empresa argentina, que já teve a própria Usiminas como acionista minoritária em 16%, confirmou que está negociando com os membros do grupo de controle, mas destacou que não há decisão final sobre a potencial transação. Ela se propõe a comprar 26Ús ações pertencentes aos sócios Camargo Corrêa e Votorantim.


Quem entendeu o comunicado da Nippon como um aval à siderúrgica argentina, no entanto, estaria se precipitando. Pedro Galdi, analista chefe da SLW Corretora, considera que a japonesa Nippon Steel tem caixa suficiente para exercer o direito e o privilégio de aumentar sua participação, caso um dos acionistas do bloco de controle queira vender sua fatia. Ele insiste em que não faz sentido a Nippon deixar de exercer o direito sobre essa parcela de capital justo na hora em que estaria pronta para obter o retorno dos investimentos em transferência de tecnologia que fez na Usiminas.


Mais fumaça
“Há muita fumaça e pouco fogo nas informações sobre essas negociações. Não consigo enxergar uma Nippon que vai entregar o ouro para o bandido, no momento de começar a colher o retorno dos investimentos que fez”, afirma Galdi. Com recursos e transferência de tecnologia por meio dos sócios japoneses, a Usiminas desenvolveu aço especial destinado ao setor de óleo e gás e inaugurou este ano uma nova linha de aços resistentes e de qualidade superior para atender as indústrias automotiva e de produtos da linha branca. A Nippon Usiminas detém 23,74% das ações ordinárias da Usiminas.


O presidente da siderúrgica mineira, Wilson Brumer, disse, ontem, que os planos da siderúrgica incluem elevar sua participação na indústria de óleo e gás e no segmento da construção civil. O executivo não fez comentários sobre os novos lances envolvendo a venda de ações da Usiminas. “É uma discussão entre acionistas controladores. Aquilo que a Usiminas, neste momento, podia e pode falar, nós liberamos por meio de fatos relevantes”, disse.


Brumer afirmou que a companhia tomou decisão acertada ao vender por US$ 1 bilhão a participação que detinha na Ternium. A operação foi concluída no início deste ano. De acordo com o executivo, não fazia sentido para a Usiminas ter uma participação minoritária na empresa, quando havia um grande programa de investimentos a cumprir.


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