O custo para assegurar bônus corporativos e soberanos contra um eventual default atingiu níveis recorde hoje, revertendo a queda do início do dia. O mercado voltou a ser pressionado pelo falta de um acordo do supercomitê do Congresso norte-americano para a redução do déficit dos EUA e pela continuidade da crise da zona do euro.
Os custos do seguro da dívida da França, Bélgica e Espanha atingiram patamares recorde. O spread dos contratos de cinco anos de Credit Default Swap (CDS) da Bélgica subiu 14 pontos-base, para 350 pontos-base, segundo a fornecedora de dados Markit. Isso supera o recorde em fechamento de 334 pontos-base atingido em 15 de novembro e vem na esteira da disparada do yield (retorno ao investidor) dos bônus de 10 anos da Bélgica depois que Elio di Rupo, o socialista que lidera as negociações para formar um governo, apresentou ontem sua renúncia ao rei.
O CDS de cinco anos da França subiu três pontos-base, para 237 pontos-base, passando o recorde no fechamento de ontem, e o CDS da Alemanha superou 100 pontos-base pela primeira vez desde o início de outubro - estava em alta de quatro pontos-base, em 102 pontos-base.
O spread do CDS da Espanha avançou 15 pontos-base, para 484 pontos-base, também acima do recorde de 476 pontos-base batido em 15 de novembro.
A elevação dos custos de empréstimos pressiona a Espanha, que teve de pagar os mais altos yields da era do euro para vender títulos de curto prazo do Tesouro em leilão hoje, mesmo depois da eleição de um novo governo no fim de semana.