A rotatividade no trabalho aumentou no país. A taxa de rotatividade brasileira passou de 45,1% em 2001 para 53,8% no ano passado. É o que mostra o livro Rotatividade e Flexibilidade no Mercado de Trabalho, elaborado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômico (Dieese), em parceria com o Ministério do Trabalho, lançado hoje.
Segundo o estudo, há um intenso processo de contratações e de desligamentos no trabalho. Entre 2008 e 2010, de cada 100 contratos de trabalho no estoque médio da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), 50 correspondem ao volume de desligamentos.
O estudo mostra que as maiores taxas de rotatividade estão nos setores da construção civil e da agricultura. Tomando como base o ano de 2009, a construção civil teve uma taxa de rotatividade de 108% e a agricultura de 98%. vale destacar que estes dois setores têm uma característica sazonal muito forte.
A pesquisa também mostra que uma pequena parcela do total de empresas incluídas na Rais é responsável pela alta taxa de rotatividade. Os dados mostram que, em 2010, 126 mil estabelecimentos (5,8% do total) foram responsáveis por 14,4 milhões de desligamentos de trabalhadores de um total de 22,7 milhões registrados naquele ano.
Em 2009, 111 mil (5,5% do total) estabelecimentos foram responsáveis pelo desligamento de 12,3 milhões de trabalhadores de um total de 19,9 milhões de demissões.
O estudo conclui que a alta taxa de rotatividade é uma característica do mercado de trabalho brasileiro e que isso ocorre por causa dos “ajustes de mão de obra praticados pelas empresas, por meio de milhões de desligamentos, seguidos de admissões a cada exercício da Rais, para os quais concorre decisivamente a flexibilidade contratual”.