O gabinete de governo do Japão afirmou, em relatório divulgado hoje, que a economia do país "deve continuar a se levantar", mas alertou para "riscos de declínio". A avaliação é semelhante à feita na semana passada pelo Banco do Japão (BOJ, banco central do país), que citou os problemas da dívida soberana da Europa como principal fator de risco.
Entre os maiores riscos citados no relatório de hoje estão a "desaceleração adicional das economias menos resistentes no exterior, flutuações voláteis nas taxas de câmbio e nos preços das ações devido à crise da dívida da zona do euro e a inundação na Tailândia".
Somando-se aos prejuízos está a enchente na Tailândia, que interrompeu os canais de suprimento de muitas montadoras e indústrias eletrônicas japonesas e suspendeu as exportações de peças do Japão para o resto da Ásia. "A crise da enchente vai produzir um impacto mais visível sobre a economia a partir de novembro", alertou Shigeru Sugihara, diretor de análise macroeconômica do Gabinete.
Embora a avaliação tenha se mantido inalterada para a maioria das subcategorias, da produção aos níveis de emprego e consumo, a visão dos níveis de preço foi rebaixada. "A economia japonesa está em uma fase deflacionária suave", diz o relatório. "Embora a economia esteja em um caminho de recuperação, ainda há uma lacuna significativa na utilização de matérias-primas e isso está colocando pressão de baixa sobre os níveis de preços".