A confecção espanhola Zara vai assinar na próxima quarta-feira um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público de Trabalho (MTP). Os termos do acordo ainda não foram divulgados, mas fazem parte da resposta da empresa aos casos de trabalho degradante identificados em oficinas ligadas à companhia.
Em junho, o MPT e o Ministério do Trabalho descobriram 51 pessoas (incluindo 46 bolivianos) trabalhando em condições precárias em uma confecção contratada pela Zara em Americana, no interior paulista. Segundo o MPT, os bolivianos trabalhavam, em média, 14 horas por dia e recebiam o equivalente a R$ 0,20 por peça de roupa produzida. Em julho, foram encontrados 14 trabalhadores bolivianos e um peruano em situação análoga à escravidão em duas confecções terceirizadas na cidade de São Paulo. Nessas oficinas, os trabalhadores precisavam da autorização para ter o direito de ir e vir, segundo o MPT. Desde então, o MPT e a Zara negociam a assinatura de um TAC. O acordo deveria ter sido assinado no último dia 18. Contudo, compromissos impossibilitaram a vinda da diretoria da empresa ao Brasil para participar da audiência em que o termo seria firmado.