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Estado de Minas

Taxa de desemprego fica mais longe da Grande BH


postado em 01/12/2011 06:00 / atualizado em 01/12/2011 07:37

A estudante Carolina Lovisi precisou de apenas duas semanas para ingressar no mercado de trabalho(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
A estudante Carolina Lovisi precisou de apenas duas semanas para ingressar no mercado de trabalho (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Blindado pela proximidade do período natalino, o mercado de trabalho da Grande BH apresenta queda na taxa de desemprego e atinge o menor índice para a série histórica iniciada há 15 anos: de 6%. Apesar de a crise econômica internacional derrubar dia sim, dia não cartas do castelo europeu, por aqui, é o percentual de desempregados que voltou a ter baixa. Em relação ao mês passado, a taxa caiu 0,4 ponto percentual, enquanto, no comparativo com o mesmo mês do ano anterior, a retração é de 1,2 ponto percentual.

É o quinto mês consecutivo que a Grande BH apresenta as menores taxas de desemprego entre as regiões metropolitanas pesquisadas no país. O percentual é 40,6% menor que o registrado na média das sete regiões pesquisadas e 62,27% menor que a taxa de Salvador – a maior do país, segundo o estudo.

Apesar de nova retração na taxa de desemprego, a porcentagem não significa aumento do total de empregados, e, sim, redução na população economicamente ativa. Ou seja, mesmo com o decréscimo do número de vagas (31 mil a menos), o número de pessoas inseridas no mercado de trabalho se reduziu em velocidade superior (44 mil a menos). “É preciso ter cautela ao interpretar a pesquisa. Não é para ter euforia”, afirma a coordenadora técnica da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) do Dieese, Gabrielle Selani.

Com a dificuldade para contratação de mão de obra, o setor de supermercados teve de traçar novas estratégias para o fim de ano. Os supermercadistas previam contratar 6 mil pessoas no período, mas devem fechar com apenas 4 mil novas vagas ocupadas, entre as diretas, dos supermercados, e os contratados pela indústria para trabalhos dentro das lojas. Tendo número insuficiente de funcionários, o plano é antecipar as promoções para evitar que o atendimento seja problemático nos dias que antecedem o Natal e o ano-novo. Segundo o superintendente da Associação Mineira de Supermercados (Amis), Adilson Rodrigues, a maior dificuldade é contratar especialistas (padeiro, açogueiro e outros) e operadores de loja. “A economia foi na frente, mas a formação de mão de obra não acompanhou o ritmo. As peças não se encaixam. O número de vagas é semelhante ao de desempregados, mas boa parte é desqualificada. É preciso investir em formação”, afirma.

Na contramão do cenário de redução da população economicamente ativa, a estudante do segundo período de direito Carolina Lovisi, de 19 anos, tentou uma oportunidade de estágio em sua área. No entanto, logo percebeu que as vagas são destinadas aos alunos de períodos mais avançados, e, depois disso, decidiu arrumar seu primeiro emprego. Apenas duas semanas foram suficientes para que uma nova empresa instalada no Boulevard Shopping a contratasse. “Eu ficava no colégio o dia inteiro. Quando entrei para a faculdade, ficava com a tarde e a noite ociosas. Por isso, decidi aproveitar o tempo para conseguir um emprego e poder viajar, comprar roupas e sapatos e sair nos fins de semana”, afirma Carolina.

Marolinha?

Na crise internacional de 2008, a taxa de desemprego se manteve em queda nos últimos meses do ano na Grande BH e apenas no início do ano registrou consideráveis aumentos. Ainda assim, “a marolinha”, como a crise foi classificada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), passou rapidamente e já no segundo trimestre demonstrou recuperação, com quedas das taxas. Em novembro de 2008, a taxa de desemprego para a região foi de 8,3% – a menor da série histórica até então –, mas, em fevereiro e março do ano seguinte, o percentual subiu 3,1 pontos percentuais, atingindo 11,4%. Somente em novembro de 2009 o total de desempregados voltou para a casa de um dígito: 9,8%.

Na avaliação da coordenadora técnica da PED, por tratar-se de um período aquecido para o consumo, a tendência para as próximas duas pesquisas – referentes a novembro e dezembro – é de continuação da queda da taxa de juros ou mesmo estabilidade. Mas, a partir do primeiro trimestre, o esfriamento da economia tende a significar aumento da porcentagem de desempregados. Depois disso, segundo a especialista, será possível avaliar os efeitos da crise e classificá-la como tsunami ou marolinha. “Por enquanto, a crise internacional não apresentou reflexo no consumo brasileiro. Há um escudo que protege o país: a sazonalidade do fim do ano. A crise chegou num momento no qual se tem uma barreira. Agora é preciso verificar se ela vai conseguir furar esse bloqueio”, afirma Gabrielle.

 

 


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