Centenas de milhares de trabalhadores da Grécia cruzaram os braços hoje contra as reformas do governo, dias antes de os parlamentares começarem a debater o orçamento com medidas de austeridade para 2012. É a sexta greve geral do ano no país, com trabalhadores dos setores público e privado parados, escolas fechadas, problemas no setor de transporte público e hospitais funcionando em esquema emergencial.
O porta-voz da GSEE, central sindical do setor privado, Stathis Anestis, espera níveis de participação "muito altos", em alguns casos superando a marca dos 90%. "Queremos o fim dessa política de austeridade, recessão e desemprego do governo", afirmou ele. A GSEE representa mais de 800 mil trabalhadores.
No sábado, os parlamentares gregos devem começar a debater o orçamento do país para 2012, que introduzirá mais medidas de austeridade, após o país não conseguir cumprir suas metas fiscais para 2011. O orçamento deve ser votado no Parlamento em 7 de dezembro, e a meta do governo é chegar a 1,1% de superávit primário na economia, que deve se contrair a uma taxa anual de 5 5%.
A greve desta quinta-feira será também o primeiro teste do humor nas ruas do país após a nomeação do primeiro-ministro Lucas Papademos. O governo interino tem como meta garantir a ratificação e implementação do mais recente pacote de ajuda financeira internacional recebido pelo país.