O Laboratório Hermes Pardini já acertou com a gestora de recursos Gávea Investimentos, fundo que acaba de se tornar acionista minoritário da cinquentenária empresa mineira, o início imediato de seu plano de expansão a partir de Belo Horizonte. Com recursos iniciais de R$ 6 milhões, serão abertas em 2012 quatro unidades de análises clínicas e uma de exames de imagem na capital mineira, além da conclusão do programa de revitalização dos atuais 25 pontos de atendimento à população. O outro foco da ampliação está no serviço de processamento de exames para laboratórios de todo o país, principal negócio da empresa.
O aporte feito pela Gávea e a participação que o novo acionista assume não foram revelados. O presidente do laboratório, Roberto Santoro, afirma que a negociação iniciada há seis meses conclui a reestruturação da empresa, atendendo o desejo dos descendentes do médico Hermes Pardini de manter o controle acionário. O fundo de investimentos criado por Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, terá dois representantes da área financeira no conselho de administração do laboratório.
No negócio do processamento de exames para terceiros, chamado de atendimento de apoio, o Hermes Pardini ganha fôlego para cumprir as metas de aumentar em 60%, dentro de cinco anos, o número atual de 5 mil laboratórios atendidos em todo o país e passar a prestar o serviço em outros mercados da América Latina. “Nossa intenção é nos tornar a escolha de 8 mil laboratórios no Brasil e ultrapassar as fronteiras do país, onde os laboratórios recorrem a terceiros nos Estados Unidos e na Europa”, conta Roberto Santoro. O núcleo técnico operacional do laboratório mineiro, em Vespasiano, na Grande BH, está dando os primeiros passos rumo à internacionalização por meio de projeto piloto de exames para laboratórios da Colômbia.
Num galpão de 10 mil metros quadrados de área construída, o laboratório recebe 70 mil amostras por dia coletadas de Rondônia ao Sul do Brasil. Nesse negócio, o Hermes Pardini ocupa o topo do ranking nacional. São 3 milhões de exames por mês. A prestação do serviço garante 55% do faturamento, que deve chegar a R$ 400 milhões neste ano, representando 11,7% mais que em 2010.
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As unidades próprias de análises clínicas, que hoje atendem 140 mil clientes por mês na capital mineira, deverão crescer 10% em 2012. O Hermes Pardini quer ainda se tornar referência nos exames de imagem, negócio disputado pela empresa Alliar, criada no ano passado numa estratégia do fundo Pátria, de private equity, que comprou o mineiro Axial.