O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, disse nesta sexta-feira que os desembolsos do banco devem ficar próximos de R$ 140 bilhões em 2011. "Pode ser um pouco mais, um pouco menos, dependendo de vários fatores, como, por exemplo, alguma demora na liberação de uma licença ambiental", destacou.
Coutinho afirmou ainda que, para 2012, os recursos que deverão ser liberados pela instituição podem ser um pouco maiores do que o deste ano. "Nós não temos uma meta de desembolsos. Contudo, os valores para o próximo ano podem ser um pouco superiores, mas de forma marginal". "Apesar da crise internacional, o sistema financeiro brasileiro está operando normalmente, com solidez, e deve continuar a financiar projetos também no próximo ano", disse.
Crise na Europa
O presidente do BNDES avaliou ainda que "dificilmente a Europa escapará da recessão e do credit crunch (choque de crédito) em 2012". Segundo ele, o aperto abrupto do crédito dos bancos da zona do euro é o cenário mais provável para o próximo ano, a menos que os líderes dos países europeus decidam realizar movimentos "mais audaciosos" de expansão monetária. Mas isso "não parece estar nos planos das autoridades europeias".
Coutinho destacou que, apesar se serem incertos os desdobramentos da crise internacional sobre o Brasil, o credit crunch na Europa não deve afetar o sistema bancário do País. "Os bancos no Brasil não estão expostos a nenhum ativo problemático, inclusive relacionados a dívidas soberanas", destacou.
O presidente do BNDES ressaltou que os bancos brasileiros operam normalmente em vários segmentos de clientes, o que colabora para que o crédito ao consumo continue se expandindo. Coutinho participou hoje de evento na Confederação Nacional da Indústria (CNI), em São Paulo.