O desempenho da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) na semana surpreendeu e foi o melhor registrado desde 28 de outubro. Depois de subir 5,15% em dois pregões consecutivos, a bolsa chegou até a registrar uma realização de lucros. O movimento impediu que o índice mantivesse os 58 mil pontos recuperados na quinta-feira, mas foi insuficiente para anular os fortes ganhos da semana, também superiores a 5%. Os dados do mercado de trabalho norte-americanos foram considerados mistos e deram o gatilho para as ordens de vendas aqui.
Nessa sexta-feira, o Ibovespa terminou o dia com queda de 0,44%, aos 57.885,85 pontos. Na mínima, registrou 57.618 pontos (-0,90%) e, na máxima, 58.980 pontos (+1,44%). No mês, acumula ganho de 1,78% e, no ano, perda de 16,48%. Na semana, a bolsa subiu 5,45%. O giro financeiro totalizou R$ 6,27 bilhões.
O mercado acionário chegou a abrir com alta firme, embalada por declarações do presidente da França, Nicolas Sarkozy, na quinta-feira, e da chanceler alemã, Angela Merkel, nessa sexta-feira. Em discurso no Parlamento alemão, ela prometeu medidas concretas para estabelecer uma união fiscal na União Europeia e afirmou que o objetivo da Cúpula da União Europeia (dia 9) é mudar o tratado do bloco e permitir uma maior coordenação da política fiscal. Antes, Sarkozy havia dito que a França está disposta a ficar ao lado da Alemanha e sacrificar um grau de soberania nacional para que seja possível um melhor alinhamento das políticas econômicas. Também agradou o rumor sobre um empréstimo de até US$ 270 bilhões do BCE para o FMI ajudar a Zona do Euro.
Mais emprego na América do Norte
Nos Estados Unidos, o Departamento de Trabalho divulgou que a economia do país criou 120 mil empregos em novembro, abaixo dos 125 mil previstos. Mas os dados dos dois meses anteriores foram revistos em alta e a taxa de desemprego veio melhor do que as previsões, ao recuar para 8,6%, ante estimativa de que continuaria em 9%. É a menor taxa de desemprego desde março de 2009 e a primeira vez que a taxa fica abaixo do nível de 9% desde março. As bolsas subiram na Europa e também avançavam nos EUA. Às 18h17, subia 0,23%, o S&P avançava 0,33% e o Nasdaq 0,34%.
Na Nymex, o contrato do petróleo para janeiro subiu 0,76%, a US$ 100,96 o barril. Vale ON avançou 1,24% e a PNA, 1,55%. Petrobras ON recuou 0,28% e a PN ficou 0,04% mais cara.
Em uma sessão marcada por volatilidade e fraco volume de negócios, o dólar à vista terminou em baixa pela sexta sessão consecutiva e descolado da alta da moeda norte-americana no exterior. Aqui, a moeda chegou a subir levemente no início da tarde, acompanhando discreta piora dos mercados após rumores de que a Espanha poderia ter seus ratings rebaixados. Como os comentários não se confirmaram, os investidores retomaram as ordens de venda e o divisa dos EUA retomou a trajetória de baixa.
O dólar à vista fechou cotado a R$ 1,7920, com recuo de 0,55% no balcão e de 0,58% na BM&F. Nesses seis dias de perdas, a divisa no balcão recuou 5,08%. No mês, a baixa está em 0,94%, mas no ano, a valorização contabilizada é de 7,69%. O giro total registrado na clearing de câmbio até 16h44 somava US$ 1,086 bilhão (US$ 845 milhões em D+2).