A Europa tentará nesta quinta-feira de todas as maneiras possíveis - através de encontros em Marselha (França) e de uma reunião em Bruxelas - contornar a crise da dívida da região e salvar sua moeda comum.
"O risco de que a Europa exploda nunca foi maior", disse nesta quinta-feira o presidente francês, Nicolas Sarkozy, acrescentando que a União Europeia possui "algumas semanas" para sair da crise.
"A Europa nunca foi tão exigida e nunca correu tanto perigo", afirmou o presidente em Marselha durante um Congresso do conservador Partido Popular Europeu (PPE) nesta cidade do sudeste da França.
"É preciso que isso seja decidido o quanto antes. Quanto mais demoremos para tomar uma decisão, mais nos custará tomá-la e menos eficaz ela será", afirmou Sarkozy. Segundo Sarkozy, não haverá uma segunda oportunidade de resgatar a moeda comum.
"Precisamos fazer todo o possível para garantir a irreversibilidade do euro", disse nesta quinta-feira pela manhã o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durao Barroso, em sua chegada ao Congresso do PPE em Marselha.
Diante da cautela ante a reunião e depois de o presidente do BCE, Mario Draghi, ter descartado uma intervenção massiva do instituto emissor, as principais bolsas europeias encerraram com fortes quedas.
Na Bolsa de Frankfurt, o índice DAX terminou em queda de 2%, a 5.874,44 pontos. O Footsie-100 da Bolsa de Londres perdeu 1,14%, a 5.483,77 pontos. O CAC 40 de Paris perdeu 2,53%, a 3.095,49 unidades. O IBEX 35 da Bolsa de Madri perdeu 2,12%, para terminar aos 8.461,2 pontos. Em Milão, o FTSE Mib perdeu 4,29%, fechando aos 14.979 pontos.
Apesar dos temores de mercado, o Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou que participará dos esforços para resgatar o euro, conforme informou nesta quinta-feira em Bruxelas a diretora-geral do Fundo, a francesa Christine Lagarde.
"Ainda há muito trabalho por fazer, é preciso alcançar um acordo que seja coordenado, que seja decisivo", disse à imprensa, antes da reunião dos 27 países da UE.
Lagarde deve participar de uma reunião com o presidente francês Nicolas Sarkozy, a chanceler alemã, Angela Merkel, e os dirigentes de instituições europeias, entre eles o chefe do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, antes do início oficial da reunião europeia.
A chefe do governo alemão, Angela Merkel, afirmou nesta quinta-feira em Marselha estar "convencida" de que os europeus "encontrarão boas soluções" na reunião europeia de Bruxelas desta quinta e sexta-feira.
"Estou convencida de que chegaremos a uma solução para todos os temas", declarou Merkel durante o Congresso do conservador Partido Popular Europeu (PPE).
"Peço a compreensão daqueles que não adotaram o euro. Devemos enviar um sinal forte ao exterior. As palavras, apenas, não serão suficientes, e falta uma modificação dos tratados", disse a chanceler alemã.