A inflação acelerou no Brasil em novembro com relação a outubro e ficou a 6,64% nos últimos doze meses, uma cifra bastante superior à meta oficial de 4,5%, informou nesta quinta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No mês passado, os preços ao consumidor aumentaram 0,52% frente aos 0,43% de outubro, num crescimento atribuído à alta dos alimentos, principalmente da carne, segundo o IBGE. O índice de novembro foi menor que o do mesmo mês do ano passado, quando chegou a 0,83%. Entre janeiro a novembro, a inflação alcançou 5,97%, e no acumulado de 12 meses se situou a 6,64%. O governo fixou como meta um incremento anual dos preços de 4,5%, com um máximo de tolerância de 6,5%, cifra que deve ser alcançada no primeiro trimestre de 2012. "Há uma tendência à estabilidade dos preços depois de 12 meses, porque a pressão tributária e os custos financeiros (a taxa de juros cobrada pelos bancos) nos primeiros meses cederam", explicou à AFP Dercio Muñoz, professor do Departamento de Economia da Universidade de Brasília. "Além disso, uma queda da demanda mundial de matérias-primas, das quais o Brasil é um grande exportador, também pode influenciar para a queda da inflação", disse. A alta dos preços em novembro acompanha uma revisão para baixo do crescimento da maior economia latino-americana, devido aos efeitos da crise da dívida na Europa. O governo estima que a economia se expandirá este ano em torno de 3,2%, muito abaixo dos 7,5% registrados em 2010, enquanto que os mercados esperam uma alta do PIB de 3%. Ao mesmo tempo, o governo projeta um recuo progressivo da inflação, um problema de longa história no Brasil, devido ao enfrentamento da atividade mundial, que permitiria uma maior disponibilidade de bens no mercado interno. O Banco Central também prevê uma tendência de queda nos preços ao consumidor e para isso tem cortado gradativamente desde agosto a taxa de juros, atualmente a 11% ao ano. Em 2010, a inflação foi de 5,91%, o nível mais elevado desde 2004. Este ano, o BC estima uma inflação de 6,5%, mas assegura que em 2012 voltará a 4,5%, no centro da meta oficial.