Munidos de projeções nem tão animadoras das vendas neste ano, frente ao ano passado, depois dos efeitos da crise na Europa e nos Estados Unidos sobre a produção industrial brasileira, os empresários do comércio entenderam que será preciso jogar boas iscas para atrair o consumidor neste Natal. A expectativa no Brasil é de vendas 5% a 6% maiores que as de 2010. Consulta feita pela Federação do Comércio de Minas Gerais (Fecomércio Minas) junto aos associados mostrou perspectiva de crescimento dos negócios entre 85% do setor, mas os lojistas sabem que o nome do sucesso é saber competir, destaca Silvânia Carvalho de Araújo, coordenadora do Departamento de Economia da instituição.
Antônio Sérgio Tavares, dono do empório Império dos Cocos, instalado no Mercado Central de Belo Horizonte, faz questão de dizer aos clientes que não há motivo de preocupação com os preços. “A oferta é boa e o dólar ajudou.” Entre os itens que funcionam como chamariz na loja, ele destaca nozes chilenas vendidas a R$ 18, avelãs a R$ 19,50 e castanha do Pará, a R$ 13,90. O mau exemplo é o da castanha de caju, que teria encarecido 20% em decorrência da safra menor que o esperado e do peso das exportações, que deslocou produção do mercado interno. Pelas leis da economia, escassez reflete preços elevados.
Ainda na área dos alimentos, Antônio Braz Silva, do IBGE, verificou em BH quedas de 2,74% e 2,73%, respectivamente, da carne de porco e do frango inteiro entre janeiro e novembro em relação a dezembro de 2010. No acumulado do ano passado, esses preços haviam subido 18,53% e 2,18%. As frutas baratearam 5% nesse mesmo período analisado, quando nos 11 meses de 2010 sofreram remarcação de 21,58%. Visto no seu conjunto, o grupo dos alimentos da festa do Natal sofreu uma ligeira redução de 0,79%, ante a variação de 11,59% em 2010, comparada a dezembro de 2009.