As vendas do comércio varejista restrito ficaram estáveis em outubro ante setembro, na série com ajuste sazonal, de acordo com pesquisa divulgada nessa terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com outubro do ano passado, as vendas do varejo tiveram alta de 4,3% em outubro deste ano. Em Minas, as vendas no varejo cresceram 0,9% em outubro de 2011 na comparação com setembro e 7,2% ante igual período do ano passado, segundo o IBGE.
Apesar da estabilidade na comparação mensal, o setor deve apontar recuperação nas próximas leituras por causa da proximidade do Natal. E as medidas tomadas pelo governo brasileiro para reaquecer o consumo, com a redução do Imposto para Produtos Industrializados (IPI) para eletrodomésticos da linha branca, também devem ajudar o varejo a registrar alta nas vendas neste fim de ano, avaliou o gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, Reinaldo Pereira. Para ele, a medida já deu resultado durante a crise de 2008. “Não podemos falar em tendência de queda (no varejo)”, afirmou.
Segundo o pesquisador do IBGE, o Natal também deve ajudar o resultado das vendas do comércio neste fim de ano, graças ao mercado de trabalho favorável e ao aumento da massa salarial – mesmo que em ritmo menor. “A gente não faz previsão, mas, como tem Natal, não tem como dizer que as vendas não melhoram”, afirmou Pereira. Como exemplo, ele cita o setor de móveis e eletrodomésticos, com aumento de 13,3% no volume de vendas em outubro ante um ano antes. Na comparação com setembro, o aumento nas vendas foi de 1,1% em outubro. “Nós temos por trás (desse aumento nas vendas) a renda, a estabilidade do emprego, o aumento da massa salarial”, afirmou Pereira.
O pré-datado está de volta
O crédito continua uma forte alavanca do consumo neste fim de ano. A novidade, desde outubro, é a volta do uso dos cheques pré-datados no varejo. Pesquisa da Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio) aponta que o uso desse tipo de canal de financiamento aumentou de 14% em setembro deste ano para 20% em outubro. Por outro lado, o uso de cartões de crédito permanece estável em 68% no período, mas em agosto era de 70%. Os cartões próprios recuaram de 8% para 5% nesse intervalo. No conjunto a participação dos meios eletrônicos atingiu 73% das operações, apesar do recuo, seguem mostrando a força da tecnologia nas operações varejistas.
“Trata-se de um movimento pontual por força das datas comemorativas. O número de empresários que aceita cheques pré-datados aumentou. Esse meio de pagamento é mais do que nunca uma boa opção para o empresário. No fim do ano, as empresas costumam ganhar mais e procuram gerenciar os pagamentos para ficarem livres das taxas de administração”. diz Silvânia Araújo, economista da Fecomércio.
Para alguns lojistas, porém, o cheque pré-datado como opção de financiamento já responde por mais de 50% das vendas no fim do ano. Na Ave Maria, marca de roupas femininas de Belo Horizonte, a ordem é dar prioridade ao pagamento com cheques. È o que diz o gerente da loja da capital, Antônio Carlos de Lima.
“A gente aceita cartão, mas nas liquidações evitamos porque o preço já cai e as taxas do cartão ficam mais pesadas.” Os estabelecimentos estão querendo cada vez mais cheques por causa de taxas. (com agências).
A gente não faz previsão, mas, como tem Natal, não tem como dizer que as vendas não melhoram
Reinaldo Pereira, gerente do IBGE