O primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, afirmou hoje que a Alemanha acreditava que o pacto fiscal anunciado na semana passada, durante a reunião de cúpula da União Europeia, seria suficiente para acalmar os mercados financeiros. Mas ele destacou que essa visão não era compartilhada por todos os países do bloco.
Segundo Monti, um rigor fiscal mais sustentável é "essencial" e as promessas feitas por 26 membros da UE devem impulsionar a credibilidade nas finanças públicas na região. Entretanto, ele deixou claro que acredita que mais acordos serão necessários, especialmente um pacto para dividir as obrigações de dívidas.
Ele apontou que apesar da criação de um bônus comum da zona do euro (eurobônus) não ter sido mencionada na declaração final do Conselho Europeu, o assunto foi amplamente discutido na cúpula e houve um acordo de que o tópico deve estar na agenda da próxima reunião dos líderes do bloco, em março.
Em um discurso salpicado de críticas à oposição, o primeiro-ministro acrescentou ainda que a decisão da UE de aumentar o tamanho das proteções para impedir que a crise contamine outros países "ficou aquém" de suas expectativas. Mas Monti afirmou que esses esforços são "substanciais", citando o empréstimo de 200 bilhões de euros para o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a decisão de colocar a Linha de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF, na sigla em inglês) sob gestão do Banco Central Europeu (BCE).
Monti também elogiou a decisão de anunciar que a participação do setor privado em pacotes de socorro se restringe apenas à Grécia e não se repetirá. Essa postura diverge da opinião expressada anteriormente pelo presidente da França, Nicolas Sarkozy, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel. "Merkel e Sarkozy cometeram um erro, e agora eles sabem que devem realizar discussões preliminares com os outros líderes da UE primeiro", disse o premiê italiano.