A queda nos preços internacionais das commodities, como o petróleo e o minério de ferro, afetou o desempenho da economia de municípios cujas principais atividades estão intimamente relacionadas a esses produtos, segundo dados do Produto Interno Bruto dos Municípios 2005 - 2009, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O impacto foi maior sobre a economia dos municípios de Campos dos Goytacazes (RJ), que caiu de 1,0% de participação no PIB nacional em 2008 para 0,6% em 2009, e Vitória (ES), que passou de 0,8% para 0,6%.
O desempenho econômico do município fluminense foi causado pela queda no preço do barril de petróleo, enquanto que o decréscimo da capital capixaba foi gerado pelos baixos preços do minério de ferro. Na prática, em 2009, perderam mais participação no PIB os municípios que tinham a economia mais voltada para o mercado externo, enquanto que as economias eram mais voltadas para o mercado interno conseguiram sobreviver melhor. Os municípios paulistas de Barueri, Guarulhos, São Bernardo do Campo e Santos e, ainda, Betim (MG), tiveram variação negativa de 0,1 ponto porcentual cada um, causada por retrações na indústria e na redução da atividade comercial.
Os municípios que tiveram aumento de participação no PIB nacional entre 2008 e 2009, todos com variação de 0,2 ponto porcentual, foram São Paulo (de 11,8% para 12,0%), Brasília (de 3,9% para 4,1%), Rio de Janeiro (de 5,2% para 5,2%) e o município fluminense de Duque de Caxias (de 0,6% para 0,8%). No caso de Duque de Caxias, o ganho foi puxado pela queda do preço no barril de petróleo, matéria-prima para a atividade de refino do petróleo e coque, importante na região.
Paulistas - O estudo mostra que a produção de açúcar e álcool impulsionou o desempenho de municípios paulistas no ranking de participação no PIB nacional em 2009. Na passagem de 2008 para 2009, os maiores ganhos de posição ocorreram nos municípios de Monções (da posição 4.502 para a posição 1.818), Brejo Alegre (de 4.334 para 2.373) e Borá (de 5.037 para 3.679). Em comum, todos os municípios são paulistas e devem a melhora no ranking à produção de açúcar e álcool.
Já as maiores perdas de posição foram detectadas nos municípios mineiros de Albertina (da posição 3.554 para 5.162), por causa da queda do comércio atacadista do café em grão; Catas Altas (de 1.423 para 3.018), pela queda no valor da produção do minério de ferro, que se agravou com a crise e provocou o fechamento de algumas minas; e Prudente de Morais (de 2.488 para 3.645) pela queda na produção de cal e gesso, além do fechamento de uma empresa ligada à produção de ferro gusa.