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Estado de Minas

Reação na última hora anima economia brasileira

Em resposta rápida à redução de impostos e à liberação do crédito, a economia volta a crescer, segundo o ministro da Fazenda. Mas pesquisa mostra consumidor receoso


postado em 16/12/2011 06:00 / atualizado em 16/12/2011 06:32

Após a paralisação da economia no terceiro trimestre, a atividade brasileira já voltou a reagir e a responder aos estímulos adotados pela equipe econômica desde o fim de novembro, como a redução de impostos e o destravamento do crédito. Apesar do curto espaço de tempo, a reativação já está clara, segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, nos indicadores preliminares de novembro e dezembro, que já estão em posse da equipe econômica. Em reunião do Grupo de Avanço da Competitividade, realizada nessa quinta-feira em São Paulo, o ministro garantiu aos empresários que o governo está pronto para tomar novas medidas, mas ressaltou que cada próximo passo será analisado cuidadosamente, para evitar erros.

De acordo com um técnico que participou do encontro, o ministro fez um balanço da economia brasileira em 2011 e atribuiu a estagnação no terceiro trimestre a um efeito colateral da ação “deliberada” do governo de esfriar a atividade produtiva. Mantega destacou que no início do ano, diante de uma inflação galopante e do avanço do consumo, foi preciso elevar os juros e dificultar o acesso ao crédito, de modo que o Produto Interno Bruto (PIB) encerrasse 2011 próximo a 4%. A crise nos países da Europa, porém, potencializou além do necessário o freio de arrumação, diminuindo o ritmo de crescimento mais do que o previsto.

Com a retomada dos cortes na taxa básica de juros (Selic), a partir de julho, e o desmonte das medidas de contenção do crédito, a economia voltou para uma direção mais próxima ao plano inicialmente traçado. Representantes do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV) elogiaram a ação do governo e confirmaram a mudança de cenário. A trajetória de desaceleração das vendas varejistas, segundo o IDV, já começou a ser revertida e a apontar para cima novamente.

Beneficiado diretamente pela redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e, indiretamente, pelo barateamento do crédito, os fabricantes de bens da linha branca (geladeiras, fogões e máquinas de lavar) mostraram satisfação em relação às medidas. Mesmo com as incertezas relacionadas à crise, os consumidores foram às lojas, aproveitando os preços mais baixos. Representante da Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) afirmou que nos primeiros 15 dias de dezembro, o segmento já observou uma reversão positiva nas vendas.

Intenção de comprar mostra queda de 0,2%

Mas em meio ao agravamento da crise financeira na Europa, aos riscos de recessão no Velho Continente e nos Estados Unidos e ao desaquecimento da economia do país, os brasileiros estão cautelosos na intenção de consumo nestes últimos dias do ano. Dados divulgados nessa quinta-feira pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) registraram uma queda de 0,2% na intenção de consumo das famílias na comparação com novembro. Na comparação com dezembro do ano passado, o ICF mostrou queda de 4,3% no último mês de 2011. Nesta comparação, todos os índices relacionados ao consumo e ao crédito registraram patamares inferiores aos de dezembro de 2010.

 


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