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Estado de Minas

Crescimento médio nas vendas da Savassi é de 10% e deve melhorar

Lojistas comemoram aumento de 50% no fluxo de pedestres na região depois da interrupção das obras


postado em 16/12/2011 06:00 / atualizado em 16/12/2011 07:01

A pedido do empresariado, as máquinas foram desligadas desde o dia 1º para que a poeira, o barulho e as intervenções não atrapalhassem a rotina de vendas do melhor período para o comércio da cidade(foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)
A pedido do empresariado, as máquinas foram desligadas desde o dia 1º para que a poeira, o barulho e as intervenções não atrapalhassem a rotina de vendas do melhor período para o comércio da cidade (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)

 

Na contagem regressiva para a chegada do Papai Noel, lojistas da Savassi arregaçam as mangas e correm atrás do prejuízo dos últimos meses, que significou derrubada de vendas, fechamento de lojas e demissão de funcionários. Duas semanas depois de as obras da Praça da Savassi terem sido paralisadas, os desvios de trânsito desobstruídos e, com isso, o caos na região interrompido temporariamente, comerciantes comemoram o retorno dos frequentadores às ruas de um dos principais centros comerciais da capital. Estimativas da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) dão conta de que o fluxo aumentou 50% desde terça-feira, faltando 10 dias para o Natal. Com isso, numa previsão otimista, a expectativa é de aumento de até 10% das vendas em relação ao período natalino do ano passado.

A pedido do empresariado, operários ganharam folga e máquinas foram desligadas desde o dia 1º para que a poeira, o barulho e as intervenções não atrapalhassem a rotina de vendas do melhor período para o comércio da cidade. Somado a isso, um dia antes foi feito o depósito da primeira parcela do 13º salário, dando início à maratona de compras de presente de Natal. “É perceptível a melhoria do movimento nos últimos 10 dias. Agora voltamos a ter possibilidade de vendas melhores que as do ano passado”, afirma o diretor do Conselho Savassi da CDL-BH, Alessandro Runcini.

Mas a expectativa é de melhoras ainda mais significativas a partir de sábado, o último fim de semana antes do Natal. Outro fator que também deve influenciar é o recebimento da segunda parcela do 13º salário na próxima terça-feira. Apesar de mais ‘magra’ – por tratar-se da parcela sobre a qual incidem os descontos –, depois de pagar contas com a primeira parcela, é também esse dinheiro extra que permite ao consumidor ir às compras, retomando o movimento na região depois de as vendas terem caído aproximadamente 60%, segundo a CDL-BH.

Localizada num dos quarteirões fechados da Rua Pernambuco, a loja de brinquedos Ri Happy é uma das principais beneficiadas pelo retorno da clientela. Depois de um período de ‘vacas magras’, com a perda aproximada de um quarto da clientela, tendo como justificativa a obra, a empresa precisou contratar 40 funcionários temporários, mais que triplicando o quadro. “Tivemos uma alavancada no ritmo de vendas”, diz a gerente da loja, Sandra Brito, em relação ao comércio depois da liberação das calçadas para o trânsito de pedestres. Otimista, ela prevê crescimento de vendas de 10%, aumento que, inclusive, resultou no esgotamento, temporário do estoque de brindes.

Recuperação

No período de obras, entre maio e novembro, as vendas na loja de calçados femininos Melissa Byu caíram cerca de 20%. Para retomada do faturamento, a opção foi por estender o horário de funcionamento até as 20h e aumentar a equipe. Com isso, a loja voltou a ficar cheia de compradores e as vendas subiram 50% no comparativo com novembro. No entanto, ainda é preciso crescer um pouco mais para equiparar com o Natal do ano passado. “Dá para notar que o volume de carros é maior. É o cliente chegando para comprar. E a gente ainda se beneficia, porque o cliente é obrigado a passar na porta da loja”, afirma a gerente Aline Graziele Ferreira Barbosa.

Apesar de ter sido menos afetado pelo período de obras, por não estar localizado no miolo da Savassi, o Shopping 5ª Avenida confirma a tendência de retorno dos frequentadores acima da previsão. A expectativa era de que houvesse circulação até 40% maior de clientes em relação aos meses anteriores. No entanto, os registros apontam aumento de 50%, o que resulta em 10% a mais de vendas, segundo a administração do mall. Mais otimista que a média dos comerciantes, a proprietária da loja Cláudia Marisguia, Fausta Fonseca, acredita em 20% de aumento, mas adverte: “Ainda falta um ‘up’ final. Tem muita gente só pesquisando”, diz.

Para receber a clientela de volta, as árvores dos canteiros centrais das avenidas Getúlio Vargas e Cristóvão Colombo foram decoradas com iluminação colorida e piscante, em substituição à coloração avermelhada da poeira que restava do trabalho de escavação das ruas e calçadas. Além disso, atendendo a pedido dos comerciantes, a PM reforçou o policiamento na região, com militares atuando exclusivamente nas ruas do centro comercial.

 

 

Operários e máquinas Voltam às ruas no dia 2

Depois de 30 dias de interrupção das obras, operários devem voltar à ativa a partir de 2 de janeiro, com o objetivo de concluir as intervenções entre a segunda quinzena de março e a primeira de abril. Em seis meses foram feitas as intervenções consideradas mais difíceis, como a elevação da pista no cruzamento entre as avenidas Getúlio Vargas e Cristóvão Colombo. O que resta a fazer, no entanto, é justamente o que deve dar charme à nova Savassi, como a implantação de fontes luminosas, canteiros, jardineiras e todo o mobiliário urbano.

Concluídas as obras, a intenção da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) é transformar a região em um shopping a céu aberto. A intenção é estender o horário de funcionamento das lojas até as 21h, promover eventos musicais e artísticos nos quarteirões fechados e criar um corredor cultural unindo a Praça da Liberdade ao coração da Savassi – a Praça Diogo de Vasconcelos – por meio da Avenida Cristóvão Colombo. “Essa melhoria de fluxo se deve ao Natal e à liberação das calçadas, mas esperamos um aumento ainda maior da circulação a partir de uma nova fase da Savassi. Mas isso deve ocorrer apenas depois de março, quando os frequentadores se acostumarem com a revitalização”, afirma o presidente do Conselho Savassi da CDL-BH, Alessandro Runcini.

Por último, a proposta da prefeitura é criar estacionamentos subterrâneos, o que deve garantir ao consumidor a possibilidade de parar o veículo e andar a pé pelas ruas para fazer as compras. Há ainda a expectativa do novo ramal do metrô, que deve ligar a Pampulha à Savassi, facilitando à população o acesso à região por meio de transporte público. (PRF)


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