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Estado de Minas

Mercado interno alivia calçadistas de Nova Serrana

Mesmo produzindo igual volume do ano passado, fabricante não reclamam. No país, queda foi de 11%


postado em 16/12/2011 06:00 / atualizado em 16/12/2011 08:18

As 1,2 mil fábricas de calçados da Região de Nova Serrana, no Centro-Oeste mineiro e um dos principais polos do setor no país, produziram 110 milhões de pares em 2011, o mesmo resultado de 2010. Entretanto, a estagnação foi considerada “satisfatória” pelos empresários. O balanço confirma que as empresas mineiras sentiram bem menos a crise da Europa e Estados Unidos do que o setor nacional, já que 98% da produção local abastece o mercado doméstico. No restante do país, a produção caiu 11% no acumulado de janeiro a outubro na comparação com mesmo período de 2010, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) – a entidade não informou o número absoluto da queda.

O recuo levou o setor nacional a fechar cerca de 5,5 mil postos de trabalho nos últimos 12 meses. Em Nova Serrana, mais uma vez, ocorre o oposto. Lá, há déficit de mão de obra: cerca de 3 mil profissionais e as empresas empregam cerca de 20 mil homens e mulheres. “Quase todas as empresas daqui tem uma placa de ‘contrata-se’”, disse Heleno Freitas, diretor do Sindicato Intermunicipal da Indústria do Calçado de Nova Serrana (Sindinova). Para 2012, a entidade prevê aumento de 5% na produção. Um dos motivos é a possível medida antidumping que o governo federal deve adotar contra a importação de calçados do
Vietnã e da Indonésia.

O setor suspeita que calçados da China, país que já é sobretaxado pelo Brasil em US$ 13,85 cada par, são enviados ao Brasil por meio de uma “triangulação” com as outras duas nações. “Significa que os calçados ou partes deles são fabricados na China e enviados a Indonésia e Vietnã para finalizarem a produção e serem importados para o Brasil, sem pagamento das tarifas antidumping”, afirmou Júnior César Silva, também diretor do Sindinova.

A provável futura taxação reduzirá a entrada de mercadoria asiática no Brasil, beneficiando tanto o setor nacional quanto os fabricantes de Nova Serrana, mesmo que a maior parte dos calçados feitos na cidade mineira seja destinada ao mercado interno. Para se ter ideia, apenas 2% são enviados para fora do Brasil. Mas outros motivos também evitaram um balanço negativo no principal polo calçadista mineiro, como medidas para expandir o mercado e concorrer com os produtos chineses.

Investimentos

As empresas de Nova Serrana criaram departamentos próprios de design e investiram em inovação. O lançamento de coleções cresceu bastante nos últimos meses. “É preciso diversificar o produto”, reforçou Heleno Freitas. E mais: o aumento do poder aquisitivo da classe C, a chamada nova classe média do país, contribuiu para as vendas na cidade mineira.

“A previsão de crescimento para o próximo ano também se deve ao programa Brasil Maior, do governo federal”, acrecentou Heleno Freitas. O programa, lançado na primeira semana de dezembro pela presidente Dilma Rousseff , zerou a alíquota, que era de 20%, do Imposto Nacional de Seguridade Social (INSS) para setores considerados sensíveis ao câmbio, como moveleiro, de confecções e calçadista. O Brasil Maior funcionará pelo menos até dezembro de 2012, quando um balanço será feito sobre sua viabilidade.


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