Neste ano de crise internacional e desaceleração econômica, o Papai Noel da economia no país ficará por conta dos próprios brasileiros. Famílias como a da engenheira Viviane Helena Pantuzzo e a da auxiliar de serviços gerais Marinalva Santos não sentiram no bolso os efeitos da turbulência. Prova disso é que já garantiram os presentes e não estão economizando para realizar seus sonhos de consumo. A Confederação Nacional do Comércio (CNC) estima que somente este mês o comércio varejista no país vai faturar R$ 149 bilhões. O montante representa crescimento de 5,8% em comparação com as vendas do ano passado, que somaram R$ 131 bilhões. O avanço de 2010 sobre 2009, no entanto, foi de 10%, bem acima dos números esperados agora.
Viviane Helena Pantuzzo já cobriu o pé da árvore de Natal e garante que manteve o comportamento de consumo estimulada pelo bom momento do mercado de trabalho. “Continuo gastando da mesma forma porque não tenho visto tão diretamente o problema da crise como ocorreu em 2009”, sustenta. Para Marinalva Santos e o marido Silvânio da Silva Guimarães, este ano é também de comemoração. “Em 2010, não compramos nada. Agora, estou comprando um tanquinho de lavar roupa para me presentear”, afirma Marinalva, enquanto escolhe o modelo de 6kg, no valor de R$ 380, que deverá ser pago em cinco prestações.
Coordenador do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas, Marcelo Neri, considera o consumo no Brasil este ano tão importante para o crescimento do país quanto o craque Pelé foi para o futebol. “O mercado interno é que segura as pontas da economia brasileira”, justifica. A comparação faz todo sentido, a despeito do peso das exportações nos indicadores do país. “A desigualdade tem caído e as pessoas mais pobres têm uma propensão maior ao gasto. Esse pode não ser um amortecedor suficiente para conter os efeitos da crise europeia no Brasil, mas é melhor enfrentar essa crise com um amortecedor do que sem ele”, resume Neri.
Segundo o Centro de Estudos Sociais da FGV, desde 2003, 3,9 milhões de pessoas foram incorporadas à nova classe média. Para Neri, o valor desse segmento da população para a economia brasileira hoje é maior do que foi no período do boom do mercado internacional (até meados de 2008). Acho que o desempenho do Brasil nessa turbulência externa está sendo melhor do que foi no fim de 2008”. A nova classe média responde por 48% do gasto gerado com consumo no Brasil”.
A engenheira Viviane Pantuzzo vê claras diferenças na retração deste ano em relação à de 2008, quando houve corte de vagas na empresa em que trabalha, o que aumentou a insegurança quanto à manutenção da renda familiar. “Atualmente, é o contrário. Temos mais trabalho”, afirma. O resultado são presentes neste Natal que custaram R$ 80 cada um, em média. A engenheira garante que toda a família será contemplada. "No total, 11 pessoas se reunirão no dia 24 na casa da minha mãe para celebrarmos", conta.
O governo tem sustentado que o recuo das vendas do varejo registrado em 2011 foi calculado. Era preciso conter o crescimento para controlar a inflação, que terminará o ano rompendo o teto da meta, na casa dos 6,5%, conforme previsões de mercado. Para isso, adotou medidas anti-consumo a partir do fim do ano passado, como a retirada dos incentivos fiscais e a elevação dos juros básicos da economia durante todo o primeiro semestre de 2011. “Tudo isso se refletiu nas vendas do comércio durante o ano”, observa Marianne Hanson, economista da Confederação Nacional do Comércio.
Viviane Helena Pantuzzo já cobriu o pé da árvore de Natal e garante que manteve o comportamento de consumo estimulada pelo bom momento do mercado de trabalho. “Continuo gastando da mesma forma porque não tenho visto tão diretamente o problema da crise como ocorreu em 2009”, sustenta. Para Marinalva Santos e o marido Silvânio da Silva Guimarães, este ano é também de comemoração. “Em 2010, não compramos nada. Agora, estou comprando um tanquinho de lavar roupa para me presentear”, afirma Marinalva, enquanto escolhe o modelo de 6kg, no valor de R$ 380, que deverá ser pago em cinco prestações.
Coordenador do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas, Marcelo Neri, considera o consumo no Brasil este ano tão importante para o crescimento do país quanto o craque Pelé foi para o futebol. “O mercado interno é que segura as pontas da economia brasileira”, justifica. A comparação faz todo sentido, a despeito do peso das exportações nos indicadores do país. “A desigualdade tem caído e as pessoas mais pobres têm uma propensão maior ao gasto. Esse pode não ser um amortecedor suficiente para conter os efeitos da crise europeia no Brasil, mas é melhor enfrentar essa crise com um amortecedor do que sem ele”, resume Neri.
Segundo o Centro de Estudos Sociais da FGV, desde 2003, 3,9 milhões de pessoas foram incorporadas à nova classe média. Para Neri, o valor desse segmento da população para a economia brasileira hoje é maior do que foi no período do boom do mercado internacional (até meados de 2008). Acho que o desempenho do Brasil nessa turbulência externa está sendo melhor do que foi no fim de 2008”. A nova classe média responde por 48% do gasto gerado com consumo no Brasil”.
A engenheira Viviane Pantuzzo vê claras diferenças na retração deste ano em relação à de 2008, quando houve corte de vagas na empresa em que trabalha, o que aumentou a insegurança quanto à manutenção da renda familiar. “Atualmente, é o contrário. Temos mais trabalho”, afirma. O resultado são presentes neste Natal que custaram R$ 80 cada um, em média. A engenheira garante que toda a família será contemplada. "No total, 11 pessoas se reunirão no dia 24 na casa da minha mãe para celebrarmos", conta.
O governo tem sustentado que o recuo das vendas do varejo registrado em 2011 foi calculado. Era preciso conter o crescimento para controlar a inflação, que terminará o ano rompendo o teto da meta, na casa dos 6,5%, conforme previsões de mercado. Para isso, adotou medidas anti-consumo a partir do fim do ano passado, como a retirada dos incentivos fiscais e a elevação dos juros básicos da economia durante todo o primeiro semestre de 2011. “Tudo isso se refletiu nas vendas do comércio durante o ano”, observa Marianne Hanson, economista da Confederação Nacional do Comércio.