Quando chegam as férias de fim de ano, quem planeja uma viagem sempre leva em conta a situação dos aeroportos, geralmente caótica nesta época. Voos cancelados, atrasos na decolagem e no pouso, extravio de malas, ameaça de greve de aeroviários. Para quem pode pagar mais para evitar essa chateação, uma viagem de férias sem filas de check-in ou tumulto na esteira de bagagem é possível. Hotéis e empresas de aviação executiva já estão vendendo um novo tipo de pacote: nele, a parte aérea é feita de jatinho.
Funciona assim: por um valor fixo, o cliente embarca em um hangar no Aeroporto de Congonhas - sem passar pelo saguão - e desembarca já dentro do hotel, em uma pista de pouso exclusiva. As malas seguem direto para o quarto, a diária tem café da manhã e jantar inclusos e, na volta, o jatinho está lá esperando no horário combinado. A exclusividade se reflete no preço: um fim de semana não sai por menos de R$ 30 mil por casal.
"Mas tem a facilidade, o conforto e a certeza de que vou e volto sem atrasos, cancelamentos e overbooking", diz um executivo que viajou há algumas semanas com a mulher em um pacote com jatinho para a Bahia. "Viajo bastante de avião comercial, mas os voos estão em nível inaceitável, tanto em segurança quanto em atendimento ao passageiro. Os aeroportos brasileiros são de quinta categoria", acrescenta.
Segundo o presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagens (ABAV-SP), William José Périco, esse tipo de pacote diferenciado ainda vai virar tendência no Brasil. "Nos Estados Unidos já é comum para curtas distâncias. Tem tudo para pegar aqui também."